terça-feira, 4 de agosto de 2009

Rio e Minas - o GPS, o capacete e a moto

UTILIZANDO O GPS

Resolvi escrever um tópico específico sobre o GPS dada a importância que teve neste roteiro. Realmente ajudou muito. O GPS que utilizei foi da marca Aquarius Ipiranga, de 3,5” para carro. Existe modelo para moto, que é a prova d´água, mas ainda é muito caro. Quando escolhi o GPS optei por um que tivesse várias funcionalidades que julguei importantes. Uma delas é o cadastro de “radares”. O GPS com esta funcionalidade tem o registro da posição de diversos radares no Brasil inteiro. No caso deste modelo, segundo o fabricante, são mais de 3.300. Estes dados podem ser atualizados via Internet. No dia-a-dia do trânsito de cidades como Rio de Janeiro e Brasília, evitam que você seja multado inúmeras vezes. Ele também te alerta quando você passa do limite de velocidade da via.
Um outro fator importante é o cadastro de pontos de interesse, os POIs. Pontos de Interesse são registros de pontos necessários para turistas, como bares, restaurantes, postos de gasolina, hotéis, atrações turísticas etc. O usuário também pode realizar seu próprio registro, se necessário. O GPS também pode ter sua memória aumentada por meio de cartões próprios. Comprei um cartão de 2Gb por R$30,00. Ele então funciona para aumentar a quantidade de mapas existentes no GPS, além de servir também como pen drive, quando necessário. Ao comprar um GPS é importante o usuário verificar se ele vem com carregador de tomada, pois alguns modelos só acompanham carregador veicular. Isso é um problema se você não fizer a instalação do carregador veicular na bateria da moto, pois ficará dependente de um carro para carregar a bateria.
Um GPS com tela de 3,5” serve bem ao propósito, mas já existem com telas de 4,3”. Para uma moto uma tela maior faz diferença, mas são cerca de 30% mais caros. Se a grana permitir, adquira com tela maior.
Normalmente os GPS´s não são à prova d´água, e o nosso também não é (a não ser os próprios para motos, como já mencionei). Entretanto, quando não chove ele trabalha muito bem, resistindo à poeira e à vibração da estrada. Existe ainda a opção de colocar um saco plástico quando estiver chovendo – e foi o que eu fiz.
Para usar o GPS com a moto, eu comprei um fone de ouvido daqueles para computador. Quase todos os GPS para carro possuem entrada para esse tipo de fone. Então vestia o capacete com o fone no ouvido para ouvir as instruções. Muitas vezes o fone de ouvido incomodou, principalmente porque meu capacete era bem justo. Mas um capacete muito frouxo também não permite que o fone de ouvido fique no lugar.
Assista ao vídeo demonstrativo do GPS http://www.youtube.com/watch?v=dG_asTWFV-E

A ESCOLHA DO CAPACETE

Escolher bem o capacete a ser utilizado é importante. Capacetes tipo coquinho e abertos nem pensar. Além deles terem proteção bastante reduzida em caso de acidentes, a poeira da estrada pode entrar nos seus olhos. E seu rosto também fica bastante sujo. No frio, então, é furada na certa. Aliás, no caso de muito frio compre uma balaclava, que se veste por baixo do capacete. Eu carregava uma comigo e foi útil em alguns instantes. Ao adquirir uma prefira as térmicas e impermeáveis, porque ajudam a isolar seu pescoço do frio e da chuva.
Não use capacetes muito “folgados” em prol do conforto. Este tipo de capacete vai lhe causar problemas, principalmente quando sua moto não possuir “bolha”. A pressão do vento em sua cabeça depois de 100 km/h transformará o capacete em uma vela, e você passará um bom tempo lutando para ele não voar da sua cabeça.
O capacete ideal então deve ser confortável e ao mesmo tempo justo, seguro, mas não muito pesado. Na cidade você não percebe o peso dele, mas depois de horas dirigindo seu pescoço vai ficar dolorido.

A MOTO

A moto utilizada para esta viagem foi uma Shadow 750 com injeção eletrônica. Em termos de acessórios foram instalados protetor de cárter (a moto é muito baixa e freqüentemente bate em quebra-molas) e sissy bar. Também foi trocado o banco original por um banco da marca Erê modelo Road King.
A moto mostrou-se muito confortável para a viagem, especialmente depois da troca do banco. Porém, sua baixa distância do solo faz com que tenhamos que tomar muito cuidado em sua condução. O amortecedor traseiro tem baixo curso (90 mm) e por isso a moto quica muito em buracos e ondulações do asfalto. Essa característica faz com que muitos motociclistas sintam dores na base da coluna, pois a posição de dirigir conduz a uma postura curva da coluna.
Nas estradas com boa pavimentação sua estabilidade é notável. Não vibra, mostra-se firme. A dimensão de seus pneus ajuda neste quesito. Nas curvas a moto encontra seu ponto fraco. As pedaleiras raspam com muita facilidade e a dianteira tende a oscilar, o que limita bastante sua capacidade de fazer curvas, mas é importante frisar que esta também é uma característica do estilo.
O desempenho mostrou-se adequado para a viagem. Não é uma moto de arrancadas potentes, apesar do excelente torque; seu funcionamento é suave. Em função de seu peso, esse torque garante muito mais conforto do que desempenho. Nas subidas ela sempre se mostrou com fôlego, e as trocas de marcha também não são muito necessárias.
A moto anda bem até os 140 km/h, a partir daí ela precisa de um pouco mais de paciência. A moto tem a frente pesada para manobra, talvez em função do formato do guidão e o tamanho do pneu dianteiro.
Aconselho o uso de uma bolha garante um conforto para viagens, pois a partir de 100 km/h o vento incomoda e sente-se dificuldade em manter os pés na pedaleira.
O consumo. Comparando com outros modelos da mesma categoria, mostrou-se a mais econômica entre as motos acima de 500 cc. Andando nas cidades em ruas de pedra e paralelepípedo em 1ª ou 2ª marchas grande parte do tempo ela teve como pior marca 17,69 km/l. Poderia ter sido melhor, pois esse consumo coincidiu com o uso de gasolina de qualidade duvidosa, que foi sentido no desempenho da moto. Sua melhor marca foi 26,64 km/l, em estrada em boas condições a uma velocidade não maior que 110 km/h. Isso tudo com garupa o tempo todo e em grande parte do tempo com bagagem. Percebi também, depois que voltei de viagem, que em clima frio o consumo é melhor, visivelmente, talvez porque o motor trabalhe melhor refrigerado.
Foi nas estradas de terra e cascalho, e também nas ruas de paralelepípedos e pedras que ela demonstrou suas limitações. A falta de aderência na terra, principalmente com a existência de cascalho, exige muito cuidado na condução e o pequeno curso das suspensões atrapalhou - e muito. É necessário reduzir em muito a velocidade, pois qualquer ondulação é sentida pelo piloto e garupa, além de comprometer a segurança. O problema da suspensão foi reduzido depois da revisão, a qual mudamos da regulagem 2 para a 5. A diferença foi gritante e a moto melhorou seu desempenho em condições de piso irregular. Por outro lado, quando passei a usar a moto para o dia a dia, a suspensão passou a fazer a moto pular muito na regulagem 5. Ou seja, é um tipo de regulagem mais para usar com garupa.

Os freios mostraram-se insuficientes para a moto. Respondem com certa preguiça e por isso para funcionar é necessário usar de um pouco mais de força em frenagens emergenciais. O problema disso é que com facilidade nestas situações o freio trava.
De qualquer forma, mesmo andando devagar, conseguimos realizar toda a viagem com muito conforto e sem nenhum pneu furado sequer. O desempenho da moto foi linear independentemente das temperaturas e altitudes, e com pouquíssima vibração. Parecia que eu estava andando de CG. Palmas para a refrigeração líquida que mostrou seu valor quando tivemos que andar em ritmo muito lento. Muito poucas vezes senti o calor do motor, e quando senti não foi nada que pudesse incomodar.

Nenhum comentário: