sexta-feira, 24 de abril de 2009

Barcarena 2 (e Abaeté)

Depois que chegamos ao hotel resolvi levar minha esposa para conhecer Abaetetuba (conhecida carinhosamente como Abaeté), outro município próximo (a 40 km do hotel). O nome Abaetetuba vem da palavra Abaeté, que na língua tupi significa “homem forte”. A história do município começa em 1635 quando padres (novamente eles) percorreram os rios da região e se juntaram a tribos nômades. Atualmente vivem cerca de 138 mil pessoas no município.
Abaetetuba vive da pesca e do comércio com outros municípios ribeirinhos, e está localizada às margens do Rio Maratauíra (ou Meruú), um dos afluentes do Rio Tocantins. De Abaetetuba muitos barcos saem para o Baixo Amazonas para levar mercadorias. Infelizmente, Abaetetuba também tem um conhecido comércio ilegal de bebidas, cigarro e drogas (cocaína). Isso porque, como disse, desta cidade seguem muitos “regatões” (barcos de comércio) para outras localidades, principalmente do Amazonas. Os barcos que realizam o comércio pelo Baixo Amazonas, normalmente sobem o rio até Manaus, em uma viagem que dura cerca de 45 dias. Nestas viagens eles comercializam de tudo, mas principalmente cigarro, farinha, gêneros alimentícios, peixe (pirarucú se destaca), sabão etc. Em muitos casos o comércio ainda é feito na forma de "escambo". Por exemplo, o dono do barco troca sabão por pirarucú seco, e quando chega a Belém ele vende o pirarucú para ter seu retorno financeiro.
Cidade pólo de uma região que abrange os municípios de Moju, Igarapé-Miri e Barcarena (somando uma população de mais de 350 mil habitantes), Abaetetuba é a sexta maior cidade do estado e atualmente passa por um momento de crescimento econômico acelerado devido a excelente logística que a cidade proporciona, com fácil acesso aos Portos de Belém, Vila do Conde e ao sul do Pará, além da proximidade do Pólo Industrial na Vila dos Cabanos que fica a 30 km (a igreja que aparece na foto é de Abaetetuba, e a foto do barco também). Abaetetuba também é o segundo maior produtor de açaí do Estado, 3º maior produtor de bacuri e cupuaçú e maior produtor de manga.
Um dos atrativos do lugar são os engenhos de cachaça, o que tornou a cachaça de Abaeté muito desejada. Uma outra característica é a existência de inúmeras estâncias (comércio de material de construção tradicional) e vários pequenos e rústicos estaleiros, onde os barcos dos ribeirinhos são construídos e concertados.Na volta para Belém, como falei antes, usamos a balsa. Do hotel até a balsa são cerca de 45 km. A viagem de balsa durante uns 50 minutos e tem saídas de hora em hora. Este percurso tem 13 km até Belém pelo rio Pará. É uma viagem gostosa, pois passamos por várias ilhas, observamos os ribeirinhos e suas residências à beira do rio. Também temos uma vista de Belém, com seus prédios ao longe.

Não gostaria de dizer isso, mas apesar da saudade que tinha de Abaeté, arrependi-me de ter ido até lá. Quase que acabei com a moto. Era tanto buraco que andei praticamente todo o percurso de 1ª e 2ª marchas. Sem exagero, em muitos trechos o melhor era andar pelo acostamento. Fiquei extremamente decepcionado com o abandono daquela estrada. Conheço Abaetetuba há anos e nunca vi tal situação. Como podemos querer desenvolver o turismo nestas condições? No caminho de volta choveu um pouco e a estrada ficou cheia de lama, e graças a Deus, coloquei uma capa de chuva porque os caminhões que passavam jogavam lama o tempo todo na gente.

A Shadow 750 demonstrou ser bastante resistente neste percurso, mas também inapropriada para este tipo de estrada. Tinha que andar bem devagar e mesmo assim a suspensão pulava bastante causando muito desconforto. Sem falar que o consumo aumentou substancialmente. Eu era ultrapassado por todo tipo de veículo, principalmente pelas motos trail, mas cheguei a ficar para trás de uma R1. Passei a viagem pensando como a XTZ Lander se sairia bem neste caso. Mas, fazer o quê? Aliás, essa é uma das características deste modelo que causam limitações para alguns tipos de viagem. A moto é muito baixa e a suspensão tem um curso muito curto. Apesar de, em nenhum momento, a suspensão traseira ter chegado ao final do curso, houve um ocasião em que a moto caiu em um buraco e que eu cheguei a pensar que a roda dianteira poderia ter empenado. Fico muito, mas muito mesmo, triste em ver que nossos governantes, mais especificamente a governadora do Estado não tem cuidado da estrutura viária da região.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Barcarena 1

Nesta viagem fomos (eu e minha esposa) a Barcarena (www.pmbarcarena.com.br). O nome "Barcarena" se originou da presença, no assentamento populacional, de uma grande embarcação que havia sido batizada como "Arena" e a qual os habitantes do lugar chamava de barca. A junção das duas palavras fez com que a localidade ficasse conhecida como Barcarena. Atualmente a população está estimada em 105.000 habitantes.
Pólo industrial, onde é feita a industrialização, beneficiamento e exportação de caulim, alumina, alumínio e cabos para transmissão de energia elétrica, a economia tem base tradicional na Agricultura. É em Barcarena que está localizado o maior porto do Estado do Pará: o Porto de Vila do Conde.
Nesta região, compreendendo os municípios de Barcarena, Vila do Conde, Abaetetuba e Igarapé-Miri estão presentes grandes empresas, como a Albrás e Vale do Rio Doce. Por isso muita gente trabalha em Barcarena e ao final do dia volta para Belém.
Para chegar a Barcarena temos dois caminhos. Você pode ir pela Alça Viária (PA-151) rodando 115 km, passando por várias pontes, inclusive de madeira (muitas em estado precário) ou pegar uma balsa que atraca no Porto Arapari. Neste caso, você roda uns 31 km somente. Nos dois casos você demora cerca de 1:30h a 2h de percurso. A vantagem da balsa é economizar o carro e evitar os buracos da estrada. Economicamente sai quase a mesma coisa, pois o que você economiza de gasolina na balsa você gasta pagando a passagem (R$ 21,00 carro pequeno e R$ 7,66 moto).
Na ida resolvemos ir pela Alça Viária. Eu me arrependi, a única coisa que salvou a viagem foram as fotos, porque a má conservação da estrada me fez andar devagar grande parte do percurso, sem levar em conta a tensão porque você nunca sabe quando vai aparecer uma “cratera” sem mais nem menos.
Foi uma viagem rápida, fomos num dia e voltamos no outro. Nosso objetivo era chegar à Praia do Caripi e dormir no hotel Samaúma www.samaumaparkhotel.com.br, mais conhecido como hotel da casa da árvore por causa dos apartamentos que existem construídos em torno de uma árvore. Este hotel fica na praia e possui uma estrutura muito boa, com várias opções de acomodação, e diárias que variam de R$ 105,00 a R$ 254,00 na baixa temporada. Você pode ficar em chalés (ver foto), apartamentos comuns ou mesmo no apartamento em cima da árvore. O hotel tem um restaurante com boa comida e preços acessíveis, e alguns hóspedes chegam até mesmo de helicóptero (chique!). Também tem piscina, quadra de vôlei e você pode ficar na praia e ao mesmo tempo ter os serviços do restaurante à disposição. Êta vida ruim!
A Praia do Arapari é bonita, mas não é muito grande. Mas ótima para um bom banho de rio. A praia fica lotada aos finais de semana e conta com vários bares e restaurantes em toda sua extensão.

Ourém 2 - motopasseio

Na sexta-feira, quando estava em Ourém, meio entediado pela calma demasiada da cidade, e esperando chegar o sábado para conhecer os igarapés, descobri por um acaso que no sábado haveria um Motopasseio saindo de Capitão Poço indo até Salinópolis (ou Salinas, como costumamos chamar). São 144 km de estrada. Esse motopasseio acontece há 14 anos seguidos, para minha surpresa. Nunca tinha ouvido falar nisso. Mais surpreso ainda fiquei ao saber que estava prevista a participação de cerca de 400 motociclistas e que haveria toda uma organização, com carro de apoio, acompanhamento da Polícia Rodoviária etc.
Fiquei bastante empolgado com a idéia de participar deste passeio, pois nunca tinha tido este tipo de experiência. Ainda mais 400 motos! Não pensei duas vezes e no sábado arrumei minhas malas e acompanhei o passeio. Foi tudo de bom. E um roteiro inesperado, pois minha previsão inicial era ficar em Ourém mais dois dias.
O passeio saiu de Capitão Poço, por volta das 8:30h com uma parada em Ourém para reunir mais motociclistas, e seguiu para Salinas passando por Capanema pela PA-124. A estrada está muito boa. Observe no mapa o roteiro seguido pelo passeio. Em determinados trechos era tanta moto que os carros que vinham em direção contrária tinham que parar ou passar pelo acostamento. O clima entre os participantes era ótimo, todo mundo alegre e excitado com o passeio. Na estrada os moradores das localidades ficavam admirados em ver tanta moto. Muitos acenavam com as mãos e mandavam abraços.
É claro que o tipo de moto predominante era de baixa cilindrada, em sua maioria motos de 125 cc, principalmente CG 125/150, Biz e Honda Bros. Minha moto era a maior e chamou muita atenção.
Fiz novas amizades, e conversei principalmente com D´Artagnan, um senhor de uns 50 anos dono de uma V-Blade Preta (ver foto).
Como estava programado, paramos em Capanema para almoçar. Já estava tudo organizado pela coordenação do evento, pois a churrascaria que fica no posto de gasolina na entrada da cidade já nos esperava com dezenas de quentinhas prontas para servir. Chegamos na churrascaria por volta das 11:30h. E depois seguimos viagem para Salinas, onde chegamos por volta das 15:30h.
Uma coisa me chamou atenção no posto de gasolina em Capanema. Um rapaz jogava óleo diesel abundantemente em toda a moto, com exceção do banco e partes altas, como o guidão. Fiquei curioso e perguntei o porquê daquilo. Ele falou que era para não haver corrosão das peças por causa do sal nas praias de Salinas. Nem tinha me tocado disso até aquele momento. Por isso quando cheguei a Salinas não fui direto para a praia, seguindo o comboio, mas segui em frente para comprar uma lata de spray antiferrugem. Espirrei em toda a moto o antiferrugem, e, depois que voltei da praia mandei lavar toda a moto para tirar os resíduos de sal. Os lava-jatos em Salinas já possuem uma técnica própria para tirar o sal dos carros e motos.
Chegando à Praia do Atalaia em Salinas o comboio se dispersou. Todo mundo só se reuniria novamente para o retorno a Capitão Poço por volta das 15:00h do dia seguinte (domingo).
Um detalhe interessante: como boa parte das motos nestes interiores não tem placa, durante o motopasseio a Polícia Rodoviária permite que participem estas motos sem problema algum, desde que estejam dentro do comboio, na ida e na volta.
No outro dia voltei para Belém, debaixo de chuva quase a viagem inteira. No caminho encontrei com dois motociclistas do Abutres Motoclube, que gentilmente me convidaram para acompanhá-los até Belém. Cheguei em Belém bastante cansado, porque foram 5 horas de viagem. É claro que parei para almoçar uns 34 km após Salinas, mas mesmo assim a viagem deveria ser mais curta. O que atrapalhou bastante foi o intenso tráfego e congestionamento antes mesmo de Castanhal em função da chuva e do retorno do feriado prolongado. Surpreendi-me com o consumo da Shadow neste percurso, fazendo em média 25 km/l na estrada. Uma média muito boa.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Ourém 1

Esta viagem a Ourém aconteceu numa Na Sexta-Feira Santa. São 190km de Belém. Para chegar a Ourém é muito fácil. Saindo de Belém siga direto pela BR 316 até o km 141 no local conhecido como Quatro Bocas. Neste local pegue à direita na PA-124. Ourém fica próximo a Capitão Poço, outra cidade que você deve conhecer, visto que Capitão Poço é uma cidade maior. Ourém é muito conhecida por suas cachoeiras. É uma cidade pequena, sem muitas opções além das cachoeiras e igarapés que existem aos montes. Cidade muito simpática, pacata. Quando cheguei, por volta das 13:00h, debaixo de chuva, a cidade estava literalmente "fechada". Estava tudo fechado, até mesmo os bares, os restaurantes, as farmácias. A única coisa que estava aberta era a Pousada Rio Guamá, que fica no Centro. No hotel só existia uma moça, de nome Ana, que me atendeu e justificou aquela calma toda dizendo: "o povo aqui é muito religioso". Estava morrendo de fome e a solução foi ir almoçar no Hotel Fazenda Cachoeira (telefone (91) 3468-1142 3468-1158). Este hotel é dentro de uma fazenda que fica 18 km depois de Ourém. O ramal que dá acesso ao hotel fazenda fica na estrada que liga Ourém a Capitão Poço. O proprietário dinamitou uma área da fazenda criando um lago artificial incrustado numa pedreira (com pedalinhos, escorrega-bunda de água). E ao lado da pedreira encontra-se uma espécie de cachoeira. Neste local encontra-se uma boa opção de lazer. Porém, pessoalmente, detestei o serviço. Fiquei extremamente decepcionado com a qualidade do serviço neste lugar. O restaurante é horrível, cheio de moscas e a cozinha não era nada higiênica. Você percebe que o lugar, apesar de bonito, não tem uma cultura de atendimento. As pessoas no restaurante, por exemplo, não me atenderam mal, mostraram muito despreparo para lidar com turistas. Para vocês terem um pequena idéia, quando me fui pegar um talher para comer, dentro da vasilha onde estavam os supostos talheres limpos, havia uns dois sujos de comida, usados.

O valor da hospedagem varia de R$ 120,00 a R$ 150,00 o quarto, no qual você pode colocar quantas pessoas quiser. Se você não estiver hospedado no hotel tem que pagar R$ 8,00 por pessoa para entrar e aproveitar da estrutura do lugar. Um macete é ficar em um hotel, ou pousada mais barato em Ourém ou Capitão Poço e ir passar o dia por lá. Eu, por exemplo, fiquei em Ourém na Pousada Rio Guamá (diárias entre R$ 35,00 e R$ 50,00 com café da manhã), bem no centro da cidade. É uma pousada simples, mas muito bem localizada, em frente à Prefeitura, à praça principal da cidade e à beira do rio (o point da cidade). A pousada dispõe de estacionamento nos fundos, o que é bastante útil. Gostei do atendimento, apesar da simplicidade do lugar.

Em Capitão Poço a opção de hotel é o Hotel New Tokyo(http://www.hotelnewtokyo.com.br/), com diárias a partir de R$ 80,00 (apartamento com ar condicionado). Não conheci este hotel, mas as informações locais foram boas.

Ourém tem uma beira de rio no Centro, de onde podemos ver a ponte que dá acesso à estrada para Capitão Poço. Fica próximo à beira também a Igreja. Na beira do rio existem umas escadas onde os moradores se banham ou param para conversar. Também existe um palco para shows e vários bares. É ali, no Centro e à beira do rio que as pessoas se reúnem para conversar, desfilar com suas motos, jogar vôlei, lanchar etc.
O principal lazer da cidade para os turistas são os igarapés e cachoeiras às proximidades da cidade. Além do hotel fazenda já citado, existe também o Igarapé das Pedras, que dizem ser muito bom. Não pude conhecer nesta viagem porque quando tentei o acesso já estava fechado pelo adiantado da hora (17:00h), e no dia seguinte logo cedo embarquei num moto passeio que saiu de Capitão Poço (isso eu conto em outra postagem).

E por falar em motos, como a maioria das cidades do interior no Pará, metade - ou mais - das motos que trafegam nestas localidades não tem placa. Os moradores as dirigem normalmente sem capacete e muitos são adolescentes. Você encontra garotos(as) a partir dos 13 anos dirigindo motos.
Observe a foto da Igreja de Ourém. Achei muito bonita, apesar de precisar de uma pequena reforma. Não consegui entrar porque na ocasião a igreja estava lotada, mas deu para ver que era de bom tamanho para aquela cidade.
Nesta viagem usei uma Shadow 750 que se comportou muito bem durante a viagem. Inclusive, achei uma delícia dirigir pela estrada que liga Ourém a Capitão Ppode sentir aquele vento fresco com cheiro de mata. Uns poucos buracos, aqui oço. Ela é boa, cheia de curvas sinuosas e uma paisagem muito bonita (ver foto), e você e ali, não prejudicam a segurança nem a velocidade.

sábado, 18 de abril de 2009

Feliz Lusitânia II Igrejas


Esta é a Igreja de Santo Alexandre, no largo da Feliz Lusitânia (bairro Cidade Velha),construída no século XVII. Dentro da igreja funciona um museu de arte sacra. Vale a pena a visitação. Do outro lado da praça fica a Igreja da Sé (foto da direita). A Igreja da Sé está passando por reformas. Quem vem a Belém tem que pelo menos passar em frente a estas duas igrejas, que estão tão próximas. Entrar é obrigação se a igreja estiver aberta. Feliz Lusitânia, para quem não conhece, é um complexo de construções históricas que fica no centro de Belém e que se tornou um marco da fundação da cidade. Fica no bairro chamado Cidade Velha. É junto à Feliz Lusitânia que encontramos a rua que é considerada a primeira de Belém.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Feliz Lusitânia I

Gosto muito da Feliz Lusitânia. Pessoalmente, acho o melhor pôr-do-sol de Belém. Adoro aquele vento que vem do rio. E aquele cheiro de final de tarde, o cheiro do calor abrandado, misturado com a água que nos banha. Essa foto, à noite, é da Casa das 11 Janelas. Ali funcionava um quartel antes da reforma. O Forte do Castelo, que foi restaurado, ficou tão diferente de como era antes. Muitos não lembram, porque faz um tempo que mudaram. Mas antes existia um restaurante do Círculo Militar e se fazia uma festas de Carnaval Infantil aos domingos.

Obsevem a foto da fachada de prédios na primeira rua de Belém (segundo alguns). Foi bom tirar essa foto porque parece que a chuva fez desabar essa fachada. Ainda vou lá conferir. Mas ficou o registro.
Gosto muito de passear ao final da tarde nesta parte da Cidade Velha. Bate uma brisa fresca vindo do rio, e uma boa pedida é tomar um sorvete na Cairú, que fica logo descendo a rua.
Mas também, para quem preferir olhar para a água, outra pedida pai d´égua é tomar um café no restaurante da Casa das 11 Janelas. Lá eles servem, além do café (se vc pedir completo vem leite, biscoitinhos de maizena e uma porção de doce de cupuaçú) um caldinho de feijão preto com um ovo de codorna no fundo do copo que é tudo de bom.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Odivelas VII

Meninos tomavam banho deliciosamente na beira do rio em São Caetano. Era tanta alegria. A alegria natural que envolve a simplicidade do interior com a ingenuidade das crianças, que não pensam ainda no futuro, em dinheiro, em condição social. Em nada. Apenas naquele momento no qual estão se divertindo muito. Ah, quanta inveja. Eles paravam para me observar, olhando aquela câmera enorme e pensando em quem era aquele homem que tanto tirava foto deles. Em certos momentos eles apenas riam, em outros olhavam com muita curiosidade.

Depois de tudo isso, voltei a Belém. Foi apenas um dia o passeio, mas valeu muito a pena. Essa viagem para São Caetano dá para fazer apenas em um dia. Se vc sair bem cedinho de casa em Belém, em 1 hora vc chega ao local. É um roteiro alternativo, afinal Ilha do Mosqueiro está tão "batido". Precisamos criar outras alternativas interessantes também. É claro que mais de um dia é "demais", pois a cidade não tem tanta coisa para fazer, a não ser em período festivo. Mas não deixem de conhecer, será uma grata surpresa.

Odivelas VI


Esta é a casa da D. Nete, e esta é ela. Para chegar a sua casa tiver que subir num barco, pois não tinha terra firme para acesso. Creio que no período de poucas chuvas as águas permitam isso, mas não nesse período do ano. D. Nete é oriunda da Vigia e está há 3 anos em São Caetano. Seu marido é pescador e tem três filhos. Conversei muito com ela e sua cunhada, que estava fazendo uma visita. Como era próximo ao meio dia, ela me ofereceu uma carne cozida bem gordurosa, que comi com muito gosto acompanhada de farinha bem torradinha. Sua casa é de apenas um cômodo, como pode ser visto pela foto. Na verdade não tem nem porta. É no pátio de madeira na frente da casa que eles dormem normalmente. Fiquei extremamente agradecido pela forma como me receberam e - honestamente - fiquei com saudades da conversa.

Odivelas V


Passeando pela cidade, adentrando as ruas que cruzam a principal, cheguei a uma pequena beira de rio, como se fosse um ancoradouro, ao final da rua. Neste pequeno porto, ao redor dos barcos, pequenas casas de palafitas onde moram pescadores. Comecei então a tirar várias fotos. Existiam algumas crianças que bricavam nos barcos. Não satisfeito de olhar de longe, subi nos barcos até chegar aos meninos que estavam no terceiro barco. Depois, barco a barco, cheguei a uma casa tipo palafita, onde estava um pescador e sua esposa, D. Nete. Fui muito bem recebido por eles e começamos a conversar sobre a vida naquela comunidade.

Odivelas IV

Finalmente cheguei a São Caetano. Como quase toda cidade ribeirinha o comércio concentra-se próximo à beira do rio. Ao final da rua principal chega-se ao mercado municipal e diversos pontos onde atracam barcos pesqueiros. É uma cidade pacata, vida tranquila. O evento mais famoso é o Festival do Caranguejo, que ocorre em dezembro. Mas tem ainda o Círio de São Caetano, em agosto.
São Caetano nasceu, propriamente dito, em 1757 com a presença dos frades jesuítas. Foi neste lugar que, em 1760, fundaram uma fazenda, a São Caetano, onde fixaram o seu local de evangelização. São Caetano está na zona do Salgado, e pertence à área do município de Vigia.

Odivelas III

Esta é a estrada que leva a S. Caetano de Odivelas. Esse trecho é conhecido principalmente por causa dos mangues que se encontram nas laterais. Em certas ocasiões os carros chegam a passar por cima de caranguejos que se arriscam a atravessar a pista. O que me chamou atenção ao passar por este trecho foi o cheiro de mata densa e molhada, com uma temperatura mais baixa e sensação de umidade que o mangue gera. É uma agradável experiência e um caminho que se torna belo pela sua própria característica. Esta era uma das lembranças que guardava de minha primeira visita a São Caetanho de Odivelas há anos atrás.

Odivelas II

Antes de chegar ao meu destino, na estrada da PA-140 avistei ao longe algumas pessoas à beira de uma pequena lagoa formada pela água da chuva. Achei aquela imagem super interessante e resolvi bater umas fotos. Porém, não encontrei um caminho direto. Tive que passar por um caminho de piçarra que chegavam a duas casas muito simples de telhado de palha e paredes de barro. Parecia uma comunidade quilombola. Quando cheguei a este local, perguntei às pessoas que ali se encontravam como fazia para chegar às mulheres que tinha avistado da estrada. Eles me apontaram um caminho por meio do mato. Como estava montado na Lander, e queria muito bater aquelas fotos, imediatamente adentrei no mato, com certa precaução. Mas a moto andou por aquele caminho como se fosse um asfalto de estrada na Europa. Cheguei então àquelas duas mulheres, uma idosa e outra bem jovem, acompanhadas de uma menina que tomava banho ao lado das duas. Elas não se importaram com a minha presença, e, para minha surpresa, em nenhum momento me perguntaram para que eu queria as fotos, ou quem eu era.

Odivelas I

Nesta viagem fui a São Caetano de Odivelas.
Fazia tempo que não ía a São Caetano de Odivelas, a terra do caranguejo. Este município fica a 110 km de Belém e fica para as bandas de Vigia, assim como Colares. A diferença no caminho a ser percorrido é que se passa direto na PA-140. Não se dobra para a estrada da Vigia.´

Quando estive em São Caetano, também por volta de 1990/91, estive a trabalho na Souza Cruz. Naquela época eu era vendedor e andava com um caminhão cheio de cigarros para serem entregues, juntamente com um motorista. Enquanto eu preenchia o pedido, o motorista entregava a mercadoria.