terça-feira, 25 de agosto de 2009

6º Encontro Motociclístico de Araguaína

Acontecerá nos dias 04, 05 e 06 de setembro (Semana da Pátria) o 6º Encontro Motociclístico de Araguaína (TO).

Estou montando um grupo para sair de Belém e participar do encontro. Além da programação, estou planejando visitar Carolina, no Maranhão, que é bem próximo, que possui belíssimas cachoeiras e uma natureza exuberante.

Serão cerca de 830 km até Araguaína, com saída prevista no dia 03/09, às 5h, da panificadora Trigal (BR-316 embaixo do viaduto do Coqueiro).
O grupo contará com um equipamento GPS de modo a garantir a segurança da viagem.
Faremos uma grande confraternização com os amigos do Falcões de Aço http://www.falcoesdeacomg.com.br/, motoclube organizador do evento, que fizeram um convite especial aos motociclistas de Belém. Já disseram que irão matar um carneiro.

Haverá shows de rock, apresentação de manobras radicais, feira de acessórios e roupas, entre outras coisas.

Além do evento, o mototurista também poderá conhecer as inúmeras cachoeiras da região, assim com o lagos. Para saber mais sobre turismo em Araguaína acesse http://www.achetudoeregiao.com.br/to/araguaina/turismo_araguaina.htmachetudoeregiao.com.br/to/araguaina/turismo_araguaina.htm
Outra cidade que iremos conhecer é Carolina (MA), que fica a 100 km. Conheceremos a cachoeira da Pedra Caída.

Cachoeira da Pedra Caida

Quem gosta de desafios e contato de primeiro grau com a natureza vai se sentir em casa. Cachoeiras, trilhas ecológicas e mergulhos em rios de águas cristalinas estão entre as alternativas de passeio. Mas vamos por partes: chegando em Carolina, o ideal é organizar imediatamente um passeio a Pedra Caída, a cachoeira que reina absoluta na região. O lugar é fascinante e conta com estrutura (bar, restaurante), para um dia inteiro de diversão. São Romão, Prata e Itapecurizinho são outras cachoeiras que merecem uma visita, principalmente para amantes de esportes radicais, como o rappel, que começa a ser praticado na região. Caminhadas ecológicas em trilhas através dos cerrados (vegetação típica da Chapada, equivalente às savanas africanas) e banhos em rios são indispensáveis.
Cachoeiras, trilhas ecológicas, belas paisagens. São inúmeras as surpresas que uma viagem à Chapada das Mesas pode revelar ao viajante. As principais cidades do pólo são Imperatriz, Carolina e Riachão, circundadas por um mundo mágico e grandioso.
Fonte: http://ecoviagem.uol.com.br/brasil/maranhao/carolina/

Fotos de Carolina: http://www2.uol.com.br/mochilabrasil/foto_carolina01.htm

Vídeo do Evento de 2008:


Aqueles que quiserem saber mais sobre a viagem, e outras informações, poderão enviar e-mail para charlesbenigno@hotmail.com e contato pelo fone (91)8146-9050.

sábado, 22 de agosto de 2009

Moto Clubes no Brasil

No Brasil, a primeira associação, fundada em 1927, foi o Moto Club do Brasil, sediado na Rua Ceará, na Praça da Bandeira, no Rio de Janeiro, onde hoje funciona uma boate underground chamada Garage. A Rua Ceará é referência para motociclistas, pois ali estão as sedes de alguns dos Moto Clubes mais tradicionais (Balaios, Carcarás, Desert Eagles, além dos Abutres, cuja sede fica na rua ao lado). Durante o dia, funcionam diversas oficinas especializadas em consertos e personalização de motocicletas e triciclos e algumas lojas de peças de motos e produtos para motociclistas.
Quando a noite cai, o movimento da rua cresce com os frequentadores da Vila Mimosa (zona de meretrício que ocupa ruas próximas), que se misturam com os jovens que frequentam o Garage e os motociclistas que procuram os bares da Rua Ceará. O mais famoso deles é o Heavy Duty, cujo proprietário, Zeca, é também motociclista, integrante dos Balaios. Nos fins de semana sempre acontecem reuniões de motociclistas e, uma vez por mês, o Zeca promove um grande e concorrido churrasco em plena rua, que fica totalmente tomada pelas motocicletas.
Alguns anos depois, mais precisamente em 1932, surgiu o Motoclub de Campos. Lá fora, nesta época (década de trinta) estavam surgindo Moto Clubes com tendências mais rígidas e muitos acontecimentos vieram a denegrir a imagem dos motociclistas, principalmente pela imprensa sensacionalista da época, que acusava os motociclistas de arruaceiros e desordeiros. Mais tarde, algumas produções de Hollywood serviram para incentivar verdadeiros predadores a criarem Moto Clubes e constituir verdadeiras gangues, o que fez da década de 50 uma página negra na história do motociclismo. Aí está o porquê do motociclista, ainda nos dias de hoje, ser muitas vezes visto como mau elemento. Mas isso está mudando, pena que ainda somos confundidos com motoqueiros que aparecem em nossos encontros fazendo arruaça (estouro de escapamento, borrachão com pneu etc.) ou até mesmo promovem encontros que são, na verdade, feiras comerciais e nada a têm a ver com nossos princípios.
Mais tarde, já na década de 60, as motocicletas voltaram a ser tema de Hollywood com Elvis Presley, Roustabout e Steve McQueen com A Grande Fuga, uma série de filmes que chegou ao seu auge com Easy Rider, de 1969(assista ao trailer). Finalmente inicia-se a mudança da imagem do motociclista com o início da fase romântica do motociclismo, que perdurou até o final da década de 70. Este período fixou o motociclista como ícone de liberdade e resistência para o sistema. No Brasil nessa época surgiu em São Paulo-SP o Zapata MC (1963) e, já no final da década, no Rio de Janeiro, o Balaios MC (1969), grupo este que já seguia os novos padrões internacionais e o princípio de irmandade.
A partir da década de 70, viu-se o surgimento de diversos Moto Clubes pelo mundo, a maioria já seguindo o princípio de hierarquia e irmandade. No Brasil, a popularização iniciou-se na década de 90, quando diversos fatores já contribuíam como a disseminação de marcas de motos pelo mundo e a liberação da importação pelo governo do presidente Collor. Hoje muita coisa anda desvirtuada, Moto Clubes são criados à revelia, por pessoas que desconhecem a história e sequer sabem o significado de um brasão e muito menos seguem o princípio de irmandade. Os Moto Clubes autênticos são forçados a criar campanhas para evitar abusos e coibir arruaceiros em seus eventos, em contrapartida a cada dia são criados novos eventos que nada têm a ver com as tradições, na verdade são eventos que enriquecem empresários que se aproveitam da popularidade para atrair admiradores de motos, já que os motociclistas autênticos passam longe.

MOTOCICLISTAS CRISTÃOS
Um movimento mais recente, mas extremamente importante para a formação da imagem do moto clube perante a sociedade, é a consolidação de moto clubes cristãos e de cunho social. Estes grupos, preocupados em estabelecer um movimento cuja base seja a vida cristã, a família e a ajuda ao próximo, ajudam a melhorar a imagem dos moto clubes perante a sociedade. E mostram ainda, que motociclismo nada tem a ver com violência, arruaças e rebeldia. Pelo contrário, é a união de pessoas em torno de uma paixão, a motocicleta.
Alguns motoclubes deste tipo:

Águias de Cristo http://www.aguiasdecristo.com/
Motociclista de Última Geração http://www.mugmotoclube.com.br/
Moto Clube Cristão Tribo de Judá http://www.8p.com.br/mctribodejudasp/flog/#
Esquadrão de Cristo http://www.esquadraodecristo.com.br/portal/

MOTO CLUBES NACIONAIS MAIS ANTIGOS

1927 - Moto Clube do Brasil
1932 - Motoclub de Campos
1947 - MC de Petrópolis (Fundado em 13 de Março de 1947, registrado em 15 de Maio de 1951).
1963 - Zapata M.C.1969 - Balaios M.C.

Obs .: é importante ressaltar que a ordem acima apenas cita as agremiações mais antigas que usavam ou ainda usam o Termo "Moto Clube". Lembramos, no entanto, que desconhecemos seus propósitos sendo importante ressaltar que existem outras agremiações as quais não podemos precisar as datas, mas que também existiram, como Piratininga MC e Centauro MC.

O MAIOR MC NO BRASIL E NO MUNDO

O maior MC no Mundo: HELLS ANGELS MC (EUA - Fundado em 1948 em San Bernadino).
No Brasil: ABUTRE'S MC - Raça em Extinção (Fundado em 1989, sede nacional em São Paulo-SP).

Algumas definições: MC: Sigla de abreviatura de Moto Clube, em inglês: Motorcycle Club. Moto Clube ou Motoclube: no Brasil a forma correta é Moto Clube separado, em inglês seria Motorcycle Club. Essa regra só não é válida para nomes próprios como "Motoclub de Campos".

IMPORTANTE
É preciso fazer um esclarecimento sobre a forma de se referir a quem anda de moto: muitas pessoas, desavisadamente e sem intenção de ofender, nos chamam de motoqueiros, sem saber que muitos se ofendem seriamente com este tratamento. Nos dicionários, motociclista e motoqueiro significam a mesma coisa: pessoa que anda de moto. Mas, no meio motociclísitco, existe uma diferença: motoqueiro é aquele que pilota fazendo bandalha (passa pelas calçadas, quebra espelhos dos carros, etc), desrespeita as leis de trânsito, faz arruaça em eventos. Motoqueiro não é o entregador de pizza ou motoboy, como muitos pensam.

Uma Breve História dos Moto Clubes Americanos

adaptado de William L. Dulaney




A tradução literal da expressão "Outlaw Motorcycle Clubs" significa moto clubes “fora da lei”, no entanto, como o termo foi usado pelo autor no sentido conotativo, simplesmente definindo “fora da lei” como aqueles moto clubes que não faziam parte da AMA, preferir manter o termo na língua de origem. O principal motivo dessa decisão foi evitar com que pedaços do texto traduzido se espalhassem pela internet sem a devida menção da fonte (coisa comum na rede) e fossem mal interpretados, servindo de argumento para que alguns “informados” começassem a comentar que os moto clubes americanos iniciaram-se pela irmandade de homens fora da lei.
Tenham que esta tradução foi feita no intuito de trazer um pouco da história dos moto clubes americanos e o porquê das muitas peculiaridades dos mesmos. Oportunamente, pretendemos escrever sobre a diferença dos moto clubes brasileiros em relação aos americanos e qual a nossa vantagem em relação a isso.
Por fim, esta tradução foi feita de forma livre e o tradutor não se responsabiliza por erros que eventualmente tenham ocorridos (procuramos ser fiel à idéia do autor tanto quanto o possível, no entanto, não nos mantivemos fiel ao texto origianal).

O surgimento dos Outlaws M.C. e as primeiras aventuras sobre duas rodas

Provavelmente o primeiro moto clube que apareceu após a grande depressão e que se mantem vivo até hoje é o Cook Outlaws M.C. (1936). Esse grupo era radicado em Cook, cidade de Illinois e mantinha seu território até Chicago. O Cook Outlaws M.C. tornou-se mais tarde o Chicago Outlaws MC e hoje é conhecido como Outlaws Motorcycle Club ou Outlaws MC. De acordo com um membro dos Outlaws MC, na estrada há mais de vinte e cinco anos, os integrantes mais antigos da sua organização reuniam-se para fazer grandes viagens. Em uma época em que as embreagens eram acionadas pelos pés e as estradas eram extremamente ruins, essas excurssões eram verdadeiras aventuras sobre duas rodas. Em alguns trechos era necessário escalar montes e percorrer trilhas lisas com ½ km de distância ou ainda se equilibrar em trilhas ovais sobre placas de madeira. Um aspecto secundário dos motociclistas era o consumo maciço de álcool e a devassidão amigável, que era geral.
O símbolo dos Outlaws M.C. era gravado na parte de trás dos coletes e consistia simplesmente no nome do clube; as vestes e os revestimentos de couro, assim como o escudo e símbolos de cada facção não existiam no princípio. É interessante notar que de acordo com o site do Outlaws M.C. (http://www.outlawsmc.com/), o logotipo do moto clube (isto é “Charlie,” um crânio centrado sobre dois pistões e bielas cruzadas, similares a bandeira do pirata Jolly Roger) foi influenciado pelo vestuário do filme The Wild One (veja trecho do filme abaixo), estrelado por Marlon Brando em 1953.




No Motoclube mais antigo só entra mulheres

Em um universo basicamente masculino, é um moto clube feminino chamado Motormaids http://www.motormaids.org/ que mantêm o título de moto clube mais antigo (fundado em 1940 e que atualmente conta com mais de 1200 membros entre os Estados Unidos e Canadá) de acordo a American Motorcyclist Association Club – AMA. O Outlaw M.C. reivindicou uma linhagem ligeiramente mais longa, no entanto, como este realizou pelo menos duas modificações em seu nome no decorrer do tempo, não conseguiu lograr êxito. As Motormaids M.C. mantiveram uma identidade singular e uma estrutura hierárquica interna igual desde seu início.
Por este motivo é o clube de motocicleta mais velho do mundo, mais velho inclusive que o clube mundialmente famoso Hells Angels M.C. que teve origem em 1947.

O fim da II Guerra e o surgimento de uma nova filosofia para os Moto Clubes

O ataque japonês a Pearl Harbor que levou ao envolvimento dos EUA na segunda guerra e o conseqüente alistamento compulsório de jovens fez desacelerar o crescimento dos moto clubes no país, contudo, o som das bombas japonesas que explodiram em Pearl Harbor podia significar qualquer coisa, menos a morte dos moto clubes, na verdade, ocorreu exatamente o contrário.
Com o fim de Segunda guerra mundial milhares de jovens regressaram para casa. Alguns combatentes haviam sido treinados para guiar motocicletas em plena guerra, especificamente Harleys e Indians. Outros, que não haviam trabalhado diretamente com motocicletas, eram levadas a andar nas mesmas para aliviar a pressão do conflito armado. Por fim, dificilmente se encontraria algum soldado americano que tenha participado da 2ª Guerra que não tenha guiado uma motocicleta.
Um ponto é interessante destacar. Os homens que participavam de um pelotão, fossem eles fuzileiros navais, infantaria, reconhecimento etc. eram disciplinados a cuidar do seu parceiro do início ao fim dos combates. As constantes incursões de guerra altamente fatigantes desenvolveram um alto nível da interdependência nos membros de um pelotão. Durante os combates reais vivenciaram a morte lado a lado, bem como o gosto por matar o inimigo, entre outras atrocidades. Neste campo de vida e morte os homens transformaram-se em irmãos e muitos veteranos da 2ª guerra trouxeram esta irmandade para a vida civil.
Muitos desses soldados não conseguiram suportar a transição do ambiente de guerra para a monotonia da existência civil, buscando,assim, outra forma de viver.

O stress pós-traumático e a formação psicológica dos motociclistas americanos

Ao regressarem da guerra, os combatentes foram aposentados e se afundaram na bebida em uma tentativa desesperada de afogar as memórias da batalha, buscando curar de qualquer forma as cicatrizes do conflito armado. Eles buscavam a todo custo se sentirem humanos. É importante considerar as idades destes homens: a idade média dos recrutas era de 26 anos. Muitos combatentes, ao retornarem, relataram sentimentos de descontrole e inquietação; suas personalidades anteriores à guerra tinham sido mudadas para sempre. Estes homens apresentavam variados graus de stress pós-traumático (PTSD). Esta desordem psicológica só foi diagnosticada oficialmente a partir da década de 1980. O centro nacional para a o stress pós-traumático define a desordem como:

“Uma desordem psiquiátrica que pode ocorrer após uma experiência ou ao testemunho de eventos traumáticos, tais como combate das forças armadas, desastres naturais, incidentes terroristas, acidentes sérios, assaltos pessoais violentos e estupros. As pessoas que sofrem de PTSD frequentemente revive a experiência com pesadelo e flash back, têm a dificuldade para dormir e sentem-se destacados ou distantes das outras pessoas. Estes sintomas podem se tornar graves impedindo o cotidiano da pessoa afetada”.

Os pesquisadores encontraram em alguns veteranos de guerra efeitos relevantes do PTSD. Estes se envolveram atividades pessoais e de lazer que foge dos padrões comuns, tais como o motociclismo. Assim, parece lógico que os horrores da guerra e o inferno do combate podem ter modificado as personalidades pré-guerra destes homens para sempre. Foi construída uma nova personalidade que não cabe bem com a cultura do americano “normal”.
Não deve ser surpresa nenhuma que quando estes homens retornaram a vida cotidiana e recomeçaram seus trabalhos batendo ponto, vestindo ternos, fazendo relatórios, batendo martelos ou consertando automóveis, logo começaram procurar atividades de “lazer” que lançasse adrenalina em altas doses no corpo. Assim, os veteranos passaram a buscar os efeitos residuais de suas experiências do tempo de guerra procurando antigos companheiros que pudesse trazer o espírito de irmandade e talvez reviver alguns dos aspectos sociais mais selvagens da época da guerra. Logo as motocicletas americanas transformaram-se parte desta equação. Primeiro, devido ao nível elevado de adrenalina que as mesmas proporcionavam. Segundo, devido à característica anti-social e a imponência que as motos possuíam.

O incidente de Hollister e a formação dos Outlaw Motorcycle Clubs

O período de formação parece alcançar seu auge com o incidente de Hollister, Califórnia, em 4 de julho de 1947. Esse episódio, que foi objetivo de reportagem pela Revista Life, misturado ao novo perfil dos motociclistas foi a mistura ideal para que os moto clubes não ligados a AMA emergissem.
Como declarado acima, apenas aos membros da AMA que recebiam o certificado de moto clube era permitido competir. Sendo assim, o mundo de competição era um fator de formação e difusão de moto clubes. A AMA era responsável pela regras relativas aos seus membros, à segurança das corridas, bem como pela imagem familiar que os eventos necessitavam para venda de ingressos.
Aparentemente, em 4 de julho de 2007 uma falha de organização ocorreu dentro da AMA e deu causa a um pequeno incidente em Hollister, Califórnia. Neste fim de semana em particular, ocorreu o encontro de vários clubes da motocicleta, incluindo Pissed Off Bastards of Bloomington (POBOB) e os Boozefighters Motorcycle Clubs, todos atraídos pelas corridas anuais que a AMA promovia por todo os EUA. Como estes eventos eram considerados de primeira linha, levavam uma legião de motociclistas, membros de moto clubes ou não. Naquele dia uma mistura de álcool e adrenalina resultou em incidente inusitado. Membros de moto clubes e não membros passaram a competir nas ruas da cidade consumindo quantidades maciças de cerveja. A algazarra produziu pequenos incidentes, entre eles dano ao patrimônio e ultraje público ao pudor, mas nada parecido com “um cerco à cidade”, como a revista Life noticiou.
A dúvida sobre o que realmente aconteceu em Hollister reside no fato de que a maior parte das pessoas que viveram aquele final de semana já faleceu. Na ausência de testemunha ocular, as opiniões se tornam contestáveis e talvez a verdade nunca apareça. As reportagens da época retratam Hollister como uma cidade tipicamente interiorana que foi abalada pela chegada de motoqueiros arruaceiros que fizeram da cidade um pandemônio, no entanto, há registros de que Hollister já havia abrigado outras corridas de motociclietas, inclusive a própria Gypsy Tour em 1936. Com isso, pode-se afirmar que a cidade calma que as reportagens apregoavam não é verdadeira e deve ser descartada como fonte primária. É certo que uma verdade aconteceu em Hollister, a sua incapacidade de abrigar a legião de motociclistas que se dirigiram àquela cidade em 1997 para comemorar o aniversário de 50 anos do incidente.
Até hoje a cidade de Hollister recepciona o evento (http://www.hollistermotorcyclerally.com/) em comemoração a este incidente, que se tornou um fator turístico para a cidade. Devido à crise americana, em 2009 não haverá o evento.

Explicando o incidente de Hollister

O mito de 4 de julho de 1947 em Hollister pode ser atribuído a único fato. De acordo com alguns relatos, Barney Peterson, um fotógrafo do San Francisco Chronicle, publicou a foto de um motociclista bêbado equilibrando-se precariamente sobre uma motocicleta Harley-Davidson, cercado por cascos de cerveja quebrados, segurando uma cerveja em cada mão com a seguinte manchete:

E assim é a América (and thus, America’s). O San Francisco.

Chronicle exagerou na licença literária para o relato do caso. Resumindo, o artigo afirmava que motociclistas realizavam competições em todas as ruas, assim como andavam com suas motocicletas dentro de bares e restaurantes. Para descrever este episódio a revista utilizou palavras como “terrorismo” e “pandemônio”. Também afirmavam que as mulheres que acompanhavam os motociclistas eram qualquer coisa, menos senhoritas americanas. O artigo serviu para insuflar os ânimos na região e logo apareceram os primeiros desentendimentos com resultado morte. A revista Life, em 21 de julho de 1947, aproveitando o momento, publicou um artigo usando a mesma foto do motociclista bêbado com o seguinte título: “Ele e os seus amigos aterrorizam a cidade” (Cyclist’s Holiday: He and Friends Terrorize Town). O artigo afirma que quatro mil membros de um moto clube eram responsáveis pelo tumulto. Sabemos que foi um exagero espetacular. De acordo com a maioria das estimativas nenhum moto clube pode se vangloriar de ter conseguido juntar, pelo menos, a metade desse número, ainda mais naquela época.

A origem dos Moto Clubes 1% e outras mumunhas mais

O artigo com meras 115 palavras colocado logo abaixo de uma imagem gigantesca de um motociclista aparentemente bêbedo causou tumulto por todo país. Alguns autores afirmaram que o AMA liberou para imprensa uma nota que desmentia a sua participação no evento de Hollister e indicava que 99% dos motociclistas eram pessoas de bem, cidadãos cumpridores da lei, e que os clubes de motociclistas da AMA não estiveram envolvidos na baderna. Entretanto, a associação americana do motociclista não tem nenhum registro de tal nota. Tom Lindsay, diretor da informação pública do AMA, em nota declarou que “nós [AMA] reconhecemos que o termo 1% há muito tempo é atribuído a AMA (e provavelmente continuará a ser), mas em nenhum momento conseguimos identificar em nossos registros esta citação ou a indicação de que a AMA tenha publicado, por isso acreditamos que sua criação seja apócrifa.”
A revista Life publicou comentário de pelo menos de três pessoas, um delas era Paul Brokaw, um editor proeminente de um periódico chamado Motorcyclist. Brokaw castigou a Revista Life considerando a imagem publicada totalmente descabida.

Parece prudente fornecer o teor inteiro da mensagem de Brokaw, ao editor da Life:

Senhores,

As palavras mal servem para expressar meu choque em descobrir que o retrato do motociclista [veja The Life julho 21, 1947:31] foi obviamente preparado e publicado por um fotógrafo interesseiro e sem escrúpulos.

Nós reconhecemos, lamentavelmente, que houve uma desordem em Hollister - não ato de 4.000 motociclistas, mas de um por cento desse número, ajudada por um grupo de não motociclistas e apostadores. Nós, de forma alguma, estamos defendendo os culpados - de fato é necessária uma ação drástica para evitar o retorno de tais comportamentos.

Entretanto, vocês devem entender que a apresentação dessa foto macula, inevitavelmente, o caráter de 10.000 homens e mulheres inocentes, respeitáveis, cumpridores das leis e que são os representantes verdadeiros de um esporte admirável.

Paul Brokaw
Editor, Motorcyclist
Los Angeles, Calf.


Na carta acima, Brokaw indica claramente que os acontecimentos ocorridos em Hollister têm como origem pessoas anônimas. É importante frisar que Brokaw não indica quem são essas pessoas, mas de certa forma fala em nome da AMA. Interessante, Brokaw declara que nenhuma ilegalidade ocorridas em Hollister foi realizado pelos 4.000 motociclista, “mas um por cento desse número.” Parece lógico, na ausência de uma nota real da AMA sobre o assunto, que esta carta tenha sido a origem do termo “um por cento.”
Uma outra carta publicada na mesma edição da Life, escrita por Charles A. Addams, define como sendo ilusória a idéia de que a metade da população do motociclista de Hollister eram membros da AMA. De acordo com Addams, “os quatro mil ‘motociclistas’ não eram todos os membros de um clube. Da AMA estavam presentes aproximadamente 50% do total e os outros 50% era motociclistas comuns que estavam aproveitando os três dias de feriado. Apenas cerca de 500 ‘motociclistas' eram os responsáveis pelo desastroso evento de Hollister.” Quando combinadas, as cartas de Addams e Brokaw explicam o motivo que muitos afirmam que a AMA seja a dona da afirmação “um por cento”. Em carta a revista Life, Addams estabelece a possibilidade de uma considerável presença da AMA no evento e Brokaw parece estar falando em nome de uma organização em que o motociclismo é um estilo de vida. Assim, parece lógico concluir que estas duas cartas ao editor da revista Life sejam a origens do mito “um por cento” e da condenação da AMA. Observe que Brokaw, em sua carta, não fala claramente em nome de do AMA, mas ao longo do tempo as pessoas passaram a interpretar como tal.
Enquanto os motociclistas comuns e as moto-organizações estavam tentando se distanciar do ocorrido em Hollister, clubes tais como o Boozefighters buscaram se enquadrar a ele. Assim, temos que o evento de Hollister de 1947 foi o fomento que falta para a consolidação dos moto clubes não alinhados a AMA, ou seja, os Outlaw Motorcycle Clubs. Deve-se deixar claro que estes clubes nunca pertenceram a AMA, logo não foram banidos ou coisa parecida.

A difusão dos Outlaws Motorcycles Clubs e o conflito do Vietnam

Entre 1948 e princípios dos anos 60 os clubes de motociclistas (não aliados a AMA) se espalharam para fora da Califórnia estabelecendo um novo capítulo na história do motociclismo nos Estados Unidos. Outlaws Motorcycle Clubs tais como os Sons of Silence Motorcycle Club, surgiram no meio oeste, os Bandits Motorcycle Club no Texas, os Pagans Motorcycle Club na Pennsylvania entre outros. Durante este período, vários membros do Pissed Off Bastards of Bloomington saíram do seu clube e formaram a primeira versão dos Hells Angels Motorcycle Club (HAMC). Igualmente, durante este período, os Boozefighters, um dos Outlaws Motorcycle Clubs originais, começou um declínio rápido no número de membros.
O conflito do Vietnam (1958-1975) pode ser visto como um dos fatos mais recentes que contribuíram para o aumento dos Outlaws Motorcycle Clubs. Se o retorno dos veteranos da 2ª guerra foi um fator que auxiliou na formação desses moto clubes, o conflito do Vietnam foi à pólvora que faltava. Veteranos desse conflito afirmaram que se sentiam humilhados pela população em geral. Chegaram a ser rotulados de baby killers (assassinos de bebês). Alguns foram cuspidos e xingados nos aeroportos e, não poucas vezes, foram recusados em bons empregos, isso tudo após “ter feito seu dever” para com seu país.
Considerando que os recrutas de 2ª guerra tinham em média 26 anos, os recrutas do Vietnam eram adolescentes mal saídos da puberdade. Eram convocados aos 19 anos. Com essa idade já haviam experimentado um dos conflitos armados mais sangrentos na história americana. Iguais aos veteranos da segunda guerra mundial, os meninos do Vietnam viveram o fogo do inferno da guerra. Viram a morte, matando e sendo ferido. Estes homens seriam mudados
para sempre. Sua inocência foi chamuscada em sua origem. Suas personalidades pré-guerra foram carbonizadas e o pó foi varrido para baixo do tapete.

Os Moto Clubes 1% e a ascensão dos Hells Angels M.C.

É nesse caldeirão fervilhante que surgem os moto clubes 1%. Eles emergem em uma escala nacional tendo como suporte o surgimento dos Outlaw Motorcycle Clubs. Para concretizar este nascimento, os clubes dominantes da época foram além. Observando a declaração atribuída a AMA, buscaram para si a responsabilidade de fazer parte daquele 1% que foi apontado em Hollister. Assim, criaram uma organização sem regras explícitas, não alinhados a AMA, ou seja, assumidamente Outlaw Motorcycle Club e passaram a se identificar por meio de um emblema em forma de diamante com a inscrição 1%. Concordaram também em estabelecer limites geográficos ao qual cada clube de motocicleta teria autonomia.

Um ponto significativo na evolução dos moto clubes 1% se evidenciou no verão de 1964 na Califórnia. Nesta época, dois membros do Oakland Hells Angels Motorcycle Club foram presos e acusados de terem estuprado duas mulheres em Monterey, no entanto, pouco tempo depois foram liberados, devido insuficiência de provas. Esse episódio foi a desculpa que faltava para que o governo do estado da Califórnia voltasse os olhos para os outlaw motorcycle clubs. O Senador Fred Farr exigiu uma investigação imediata sobre os estas organizações, encargo que ficou sob a responsabilidade do general Thomas C. Lynch.
Duas semanas mais tarde iniciaram-se as investigações. No ano seguinte, o General Lynch liberou ao público um relatório que esmiuçava as atividades dos outlaw motorcycle clubs tais como os Hells Angels. O relatório de Lynch pode ser considerado como a primeira tentativa de se classificar os clubes de motocicleta como um perigo para a comunidade e para o estado, entretanto, se resumiu em inferir que estas organizações possivelmente cometiam crimes como sedução de jovens inocentes, estupro e pilhagem de pequenas cidades. O relatório foi largamente contestado, até mesmo dentro das organizações do estado.
A imprensa, no entanto, percebendo que a história dos Outlaw Motorcycle Clubs vendia bem, passou a publicar diuturnamente o lado negativo dessa organização. Talvez Andrew Syder seja o que melhor esboçou o efeito do relatório de Lynch. Segundo ele, o relatório moldou o conceito de moto clube na opinião do cidadão americano e não foi de forma positiva.
Essa afirmação pode ser compreendida quando se observa os noticiários da época.

Fontes:


http://www.outlawsmc.com/home.html
Corvos Moto Clube do Brasil http://www.corvosmc.com/clubes_americanos.htm Acessado em 21 de agosto de 2009.
The New York Times: “Califórnia cria medidas para inibir baderna motociclistas” 16 de Março 1965,
The Los Angeles Times: “Hell's Angels - Ameaça sobre Rodas” 16 de Março 1965.
Time: “Selvagens” 26 de Março 1965.
Newsweek: “Selvagens?” 29 de Março 1965,
The Nation: “Gang de motocicletas: Derrotados e esquisitos” 17 de Maio 1965.
The New York Times: “10.000 na baderna de New Hampshire” 20 de Junho 1965.
Life: “Chega a Desordem” 2 de Julho 1965.
Newsweek: “Motociclistas Palhaços,” 5 de Julho 1965.
The Saturday Evening Post: “The Hell's Angels” 20 de Novembro 1965.

A Importância da Lavagem na Conservação da Moto

Com exceção das motocicletas esportivas que tem seu motor envolvido pela carenagem, as demais categorias de motocicletas, têm o motor totalmente aparente, dessa forma o motor acaba fazendo parte do visual total da motocicleta. Inclusive, sendo essa uma das características mais marcantes das motocicletas.
Quando falamos da aparência geral dessas motocicletas, significa que de não adianta deixar tanque, laterais e rodas limpos e bonitos se o motor também não tiver com uma boa aparência.
Em razão do motor e seus componentes trabalharem em regime de altas temperaturas, sua conservação e limpeza merecem uma atenção especial.

- Motores Novos
O motor novo (zero km) vem de fabrica com alguns detalhes que devem ser observados, como o excesso de graxas e óleos utilizados na montagem, excesso de cola nas juntas do motor e também os adesivos em geral colados no motor.
Em virtude da temperatura elevada, esses componentes podem fundir-se, formando incrustações nas paredes externas, processo esse que iniciara a geração de manchas no motor.
Logo após a retirada da motocicleta da concessionária, é aconselhável fazer uma lavagem detalhada no motor da motocicleta com a finalidade remover todos esses detalhes. Para isso utilize uma mistura de querosene com sabão liquido com concentração maior de querosene, muitos pinceis e escovas.

- Tipo de refrigeração
Outro fator determinante na conservação do visual dos motores esta relacionado ao tipo de refrigeração do motor.
O motor de refrigeração a ar em geral apresenta temperaturas bem mais elevadas em suas peças externas do que o motor de refrigeração liquida. As ligas dos materiais também são diferentes, as ligas dos motores refrigerados a ar se dilatam mais que a liga dos motores de refrigeração liquida. Nos motores a ar as aletas de refrigeração dos cilindros são maiores que nos motores de refrigerados liquida. Nos motores a ar, com a finalidade de reter maior capacidade de ar, os materiais apresentam uma “rugosidade” e “porosidade” maior. Todos esses detalhes juntos irão fazer que a parte superior dos motores refrigerados a ar seja mais difícil de serem conservados. Em conseqüência, esse fator exige maior atenção e cuidado na conservação dos motores de refrigeração a ar, em especial na sua parte superior, ou seja, nas aletas dos cilindros.

- Terra: O grande inimigo
Apesar de muitos motociclistas se preocuparem com o acumulo de graxa e óleo no motor, na realidade o maior vilão da conservação do motor é a terra. Por mais sujo de graxa e óleo que o motor esteja, basta uma boa lavagem que ele fica bonito novamente.
Já a terra e o barro em contato com as peças que atingem grandes temperaturas como as aletas dos cilindros dos motores a ar e os escapamentos, se transformam em cerâmica e se fundem com essas peças, tornando muito difícil sua remoção.
Para contornar esse problema, é de vital importância que o motor seja lavado o mais breve possível, sempre que receber terra ou barro nessas partes.
A sedimentação de terra no motor muitas vezes ocorre de forma gradativa, num primeiro momento o motociclista não percebe o problema, depois de algum tempo o motor fica todo “avermelhado”, isso é muito comum de ser verificado nas motos off-road.


- Os Motores Harley Davidson
Os motores das motocicletas Harley Davidson estão entre os que apresentam umas das mais altas temperaturas na sua parte externa. Atualmente, esses motores têm dois tipos de acabamento, um deles é a pintura em preto fosco, o outro é a liga de alumínio na cor natural. Após o uso em dias de chuva ou locais onde os motores recebem terra e barro, é muito importante que essas partes sejam imediatamente lavadas, caso contrario ocorre rapidamente o processo de “colagem” desse material com a pintura preta ou com o alumínio natural, deixando-o permanentemente “avermelhado”.

- Escapamentos
Por atingirem temperaturas elevadíssimas, os escapamentos são os locais de mais difícil conservação, em especial na sua parte mais próxima à saída do motor. Dificilmente os escapamentos ficam “bonitos” a vida toda. Os escapamentos cromados são os mais fáceis de serem limpos, pode-se utilizar palha de aço grossa conforme descrito em matéria especifica que tenho sobre o assunto. Os Escapamentos de aço inox e os de alumínio são mais complicados de serem limpos, pois qualquer tipo de escova ou bucha risca facilmente os mesmos. Em muitas situações pode-se usar massa de polimento para limpeza desses escapamentos. Existe ainda o escapamento pintado de preto fosco, esses são os mais difíceis de serem limpos, pois sua tinta, que tem base mineral se solta com facilidade com o atrito de buchas. Pode-se usar uma bucha tipo scoth-britte que esteja velha, ou seja, com menor poder de abrasão, prestando atenção para não fazer muita pressão ao aplicar.

- Limpezas milagrosas
Em virtude da dificuldade de remover graxa ou terra de motores, muitos motociclistas e locais de lavagem, acabam apelando para produtos químicos mais fortes como desengraxantes pesados tipo “solupan”, ou produtos para limpar alumínio tipo “ativado”. O uso desses produtos é totalmente desastroso para muitos componentes dos motores das motocicletas. Não só comprometem visualmente as peças, mas também prejudicam a vida útil de muitas delas.

- Lavar sempre
O grande segredo da conservação do visual externo dos motores de motocicletas é a lavagem freqüente. Somente a lavagem freqüente evita a sedimentação continua de materiais diversos que com a ação da temperatura vão se fundindo no motor. Sendo de vital importância a lavagem do motor da motocicleta logo após uma chuva quando o motor recebe muita lama ou barro das ruas e estradas sujas.

Autor: Tomás André dos Santos
Site: http://www.tasnaweb.com/

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

A mistura de produtos na lavagem artesanal de motocicletas

1- Considerações Iniciais

1.1 - Diversas soluções:Existem muitas maneiras se lavar motocicletas utilizando-se a mais variadas opções de produtos. A sugestão apresentada nesta matéria é apenas uma delas, e não tem a pretensão de ser a palavra final sobre o assunto.
1.2 - Fundamento:Esta solução de lavagem surgiu do resultado pela busca de uma proposta para lavagem artesanal para motocicletas, que fosse acima de tudo simples, barata, segura para as peças e componentes da motocicleta, e que apresentasse o menor impacto possível para o meio ambiente.
1.3 - A quem se destina:Este trabalho se destina especificamente para motociclistas que preferem cuidar pessoalmente de sua motocicleta e acima de tudo que “curtem” lavar sua motocicleta e que gostam de discutir e debater esse tipo de assunto com outros amigos motociclistas.
1.4 - Eficiência e Segurança:Um dos fatores que se busca na lavagem artesanal é o ponto de equilíbrio entre eficiência e segurança oferecida pelos produtos utilizados. De nada adianta um produto ser excelente para remover qualquer tipo de sujeira se ele prejudicar componentes e peças da motocicleta.
1.5 - Marcas de Produtos:A finalidade desta matéria é passar orientações praticas e fundamentos, não é interesse citar marcas de produtos. Com o objetivo de evitar problemas comerciais e mercadológicos, marcas não serão citadas, nem haverá discussão e comparação entre as marcas comerciais existentes no mercado. Cabe a cada motociclista pesquisar e adquirir produtos da marca que for de sua conveniência.1.6 - Forma de apresentação do texto:Por se tratar de uma matéria técnica com objetivos práticos que visa atender motociclistas com os mais variados níveis de conhecimento e expectativas, a riqueza de detalhes é vital para a explanação e compreensão geral do assunto, se tornando impossível resumi-lo. Para tentar contornar esse problema procurei colocar o maior numero de parágrafos com itens e sub itens, visando facilitar assim a busca do assunto especifico de interesse de cada leitor.

2 - Os produtos Utilizados

2.1 - Querosene:O querosene é um composto formado por uma mistura de hidrocarbonetos alifáticos, naftalênicos, aromáticos. Por ser um hidrocarboneto (derivados de petróleo) o querosene apresenta uma oleosidade relativa natural. Ele é muito utilizado na lavagem de motocicletas, em especial nas peças e locais com muito óleo e graxa, como o motor, a transmissão secundaria por corrente, e outros. O Querosene apresenta um leve teor de gordura. Ele é bem seguro pois pode ser aplicado puro em quase todas peças da motocicleta. Lembrando que para tintas não protegidas por verniz ele funciona como um solvente, comprometendo também as pinturas de baixa qualidade como por exemplo às tintas em spray. O querosene é prejudicial para plásticos e borrachas, sendo que esses efeitos nocivos só serão percebidos em longo prazo. Sempre que for utilizado o querosene puro na lavagem deve-se enxaguar e enxugar bem a motocicleta. Dessa forma, também não se deve pulverizar querosene puro no motor e outras partes da motocicleta após a lavagem a fim de deixar esses locais brilhantes e com aspecto úmido.
2.2 - Óleo Diesel:É outro produto derivado de petróleo também utilizado em motocicletas, em especial na lavagem das peças e locais com muito óleo e graxa, como o motor, a transmissão secundaria por corrente e outros. Ele é bem mais oleoso que o querosene, e seu maior agravante na questão da segurança é que existe enxofre em sua composição, que é altamente prejudicial para diversas peças da motocicleta. Dessa forma ele não é tão seguro como o querosene, não devendo ser aplicado puro na maioria das peças da motocicleta. Em especial não se deve utilizar o óleo diesel puro nas pastilhas e sapatas de freio pois sua oleosidade excessiva vai tornar as lonas e pastilhas permanentemente úmidas iniciando um processo que alguns mecânicos chamam de envidraçamento das lonas e pastilhas, nesse caso elas ficam brilhantes e lisas e perdem totalmente sua capacidade de frenagem. Muitas vezes esse problema não tem retorno, sendo necessário substituir essas peças. O óleo diesel em contato com algumas áreas pintadas não protegidas com verniz funciona como um solvente, comprometendo também as pinturas de baixa qualidade como por exemplo às tintas em spray. O óleo diesel também é prejudicial para plásticos e borrachas, sendo que esse efeito negativo é percebido em longo prazo. Sempre que for utilizado o óleo diesel na lavagem deve-se enxaguar e enxugar bem a motocicleta. Dessa forma também não se devem pulverizar óleo diesel no motor e outras partes da motocicleta após a lavagem a fim de deixar esses locais brilhantes e com aspecto úmido. Obs. O biodiesel é totalmente diferente, ele é mais seguro, uma vez que não contem enxofre em sua formula. A dificuldade para sua aquisição é descobrir quando e em qual posto de combustível ele esta sendo vendido.
2.3 - Xampu AutomotivoTodos sabões em geral são produtos que tem como base de sua estrutura química os ácidos graxos, em geral todos os sabões são alcalinos, mas mesmo assim o xampu automotivo em geral tem Ph mais baixo que a maioria dos sabões. O Xampu automotivo é um produto muito utilizado na lavagem de motocicletas. Este produto é viscoso e tem a coloração variada, a mais comum é a amarela. Fabricado por pequenos e grandes fabricantes tem os mais diversos nomes comerciais. Normalmente ele é encontrado em supermercados em embalagens pequenas. Ele pode ser encontrado também em lojas especializadas em revenda de material de limpeza, em especial aquelas que distribuem para lava rápido, em embalagens profissionais que em geral é de cinco litros. Também são encontrados diretamente nos fabricantes e distribuidores que podem ser pesquisados através da Internet. Sua ação apresenta bons resultados, com bastante segurança em peças pintada protegidas com verniz, como tanque, lateral e pára-lamas, com sujeira média, geralmente do resultado de acumulo recente de pó e barro. Para essa atividade ele é muito seguro. Normalmente ele é aplicado diluído em água com esponja de espuma. Apesar de ser sabão de uso profissional sua alcalinidade é baixa, ou seja não tem o ph muito elevado. Assim ele não provoca manchas na pintura.
2.4 - Sabão Liquido: os sabões em geral são produtos que tem como base de sua estrutura química os ácidos graxos, em geral todo sabão é alcalino, o sabão liquido em questão tem um Ph maior que o Xampu automotivo, mas seu Ph é menor que o sabão em pó domestico. Estamos falando de um produto utilizado em certas regiões do Brasil, esse produto tem a coloração azul, é viscoso, é conhecido popularmente como omo liquido ou omex. Ele não é fabricado por grandes fabricantes e também não tem nome comercial especifico. Normalmente ele é vendido a granel, ou garrafas pets de dois litros, por pessoas que comercializam produtos de limpeza em peruas e caminhonetas nos bairros diretamente ao consumidor. Existe também uma versão de sabão de coco liquido, que é a mesma coisa só muda o aromatizante e o corante. Eles podem ser encontrados também em lojas especializadas em revenda de material de limpeza, podendo ser encontrados diretamente nos fabricantes e distribuidores que podem ser pesquisados através da Internet. Ele é utilizado puro na lavagem de peças de motocicletas por mecânicos e profissionais da área. Sua ação apresenta bons resultados nas peças e locais com sujeira muito impregnada e antiga resultado do acumulo sucessivo de pó e óleo e graxa. Para essa atividade ele é seguro. Ao contrario do querosene e óleo diesel ele não age como solvente de tintas, e normalmente ele é aplicado puro nesses locais. Mas por ser um sabão de uso profissional ele é alcalino, ou seja tem o ph elevado, dessa forma ele pode provocar manchas, em especial em pinturas sem verniz e alumínios também sem verniz, como encontrados nas laterais do motor, quadro e suspensões dianteira e traseira. Uma forma de tentar reduzir o risco quando se utiliza ele puro, é lavar rapidamente as peças e enxaguar com bastante água o local. Importante: Da mistura do sabão em pó para lavagens de roupas com água, não se obtém o sabão liquido. O sabão em pó para lavagens de roupas é muito mais forte que o sabão liquido e não se dilui completamente na água, manchando com muita facilidade as peças da motocicleta.

2.5 - Tabela pratica dos Produtos
PurosGrupo--- Produto--------------Ph -------Ação sobre ---------Ação sobre---------Nível de-------------------------------------------Terra e Barro------Óleos e Graxas----Segurança--A------ Querosene---------Neutro-------- Baixa----------------Boa-------------- Bom--A------ Oleo Diesel---------Neutro--------Baixa----------------Boa---------------Ruim--B-------Xampu Autom.-----Médio--------Boa----------------Baixa------------- Ótimo--B-------Sabão Liquido-------Alto-------- Ótima--------------Média-------------Médio

3 - Produtos não recomendados

3.1 - Produtos de uso profissional não recomendados:Existem no mercado automotivo, diversos produtos de uso profissionais específicos para limpeza pesada, muitos deles utilizados na lavagem profissional de automóveis. Como nossa proposta é uma lavagem artesanal e segura, esses produtos não são recomendados. A variedade é grande, vou citar os dois mais comuns que são, o ativado (limpa baú ou limpa alumínio) esse produto detona principalmente as partes de liga leve dos blocos de motores e também a peças de alumínio como a balança traseira de alumínio de muitos modelos de motocicletas. O outro produto é um desengraxante industrial utilizado para chassis de caminhão, conhecido também como solupan, nome de uma marca que se popularizou como nome genérico do produto, sua alcalinidade é elevadíssima, provocando manchas em muitos locais da motocicleta, mesmo nas pinturas mais resistentes e protegidas com verniz.
3.2 - Outros produtos diversos não recomendados:Também não é recomendado o sabão em pó doméstico utilizado para lavagem de roupas, em geral eles são muito alcalinos, não se diluem facilmente com a água se tornando assim mais perigosos, que por sua vez também provocam manchas em muitos locais da motocicleta. Também não é recomendada à utilização de gasolina para qualquer tipo de limpeza, em especial não deve ser utilizada nas correntes das motocicletas.
4 - A mistura dos Produtos

4.1 - Como Surgiu:Após três anos lavando motocicletas artesanalmente, fiz a primeira experiência com essa mistura, que resultou em uma boa alternativa para melhorar a lavagem e oferecer menos riscos para a segurança das peças das motocicletas. Na realidade a primeira iniciativa foi adicionar querosene no sabão liquido para reduzir sua alcalinidade. Quando percebi que o resultado era bom e o enxágüe era perfeito, resolvi então acrescentar o sabão no querosene para lavar as partes sujas com graxa.4.2 - Como funciona:Quando se mistura um sabão com um derivado de petróleo, acelera-se o processo da reação química do sabão reduzindo drasticamente sua alcalinidade. Por outro lado o sabão reduz a oleosidade existente nos derivados de petróleo.
4.3 - O porque da Mistura: o objetivo da mistura é exatamente aumentar a segurança sobre os materiais na lavagem, quando se faz à mistura existe uma redução drástica da alcalinidade do sabão, e também dos efeitos maléficos que existem no querosene, no óleo diesel e demais derivados de petróleo.
4.4 - Como fazer:Em uma pequena vasilha plástica de aproximadamente 250 a 300 ml, misture o sabão liquido com o querosene nas seguintes proporções:Para os locais com mais terra e barro: 30% de Querosene com 70% de Sabão Liquido.Para os locais com mais graxa e óleo: 70% de Querosene com 30% de Sabão Liquido.A seguir mexa bem a mistura até que ela fique homogenia.Obs.: O querosene e o sabão liquido são os produtos que apresentam o melhor resultado na busca do equilíbrio entre eficiência e segurança.
4.5 - Outras Opções: pode-se também fazer a mistura utilizando-se um produto do Grupo A (Querosene ou Óleo Diesel) com outro produto do Grupo B (Xampu Automotivo ou Sabão Liquido).

4.6 - Tabela pratica das Misturas:

-Grupo---Mistura----------------------------Ph-----Ação sobre------Ação sobre------Nível de------------------------------------------------------Terra e Barro--Oleos e Graxas-Segurança--A+B---70% Queros.+30% Xampu Aut.---Neutro------Baixa-----------Boa------------Ótimo--A+B---70% Queros.+30% Sabão Liq.-----Neutro------Baixa----------Ótima-----------Bom--A+B---70% Óleo Die.+30% Xampu Aut.--Neutro------Baixa-----------Boa------------Médio--A+B---70% Óleo Die.+30% Sabão Liq.----Neutro------Baixa----------Ótima----------Médio--A+B---70% Xampu Aut.+30% Queros.----Baixo------Boa-----------Baixa-----------Ótimo--A+B---70% Sabão Liq.+30% Queros.------Baixo-----Ótima---------Baixa------------Bom--A+B---70% Xampu Aut.+30% Óleo Die.---Baixo------Boa-----------Baixa-----------Médio--A+B---70% Sabão Liq.+30% Óleo Die.-----Baixo------Boa-----------Baixa-----------Médio

4.7 – Escolha das concentrações das misturas:As concentrações das misturas sugeridas acima são apenas exemplos práticos para utilização imediata. Não existe uma formula precisa da concentração dos produtos. Com a utilização freqüente das misturas, cada motociclista, de acordo com sua necessidade vai encontrar a formula ideal para cada local especifico de sua motocicleta. Exemplos: Para motocicletas novas a melhor opção de mistura será aquela que valorize mais a Segurança. Já para motocicletas utilizadas na pratica de off-road a mistura mais indicada será a que tenha melhor ação sobre terra e barro.
4.8 - Não fazer grande quantidade da mistura:Não se deve fazer uma grande quantidade da mistura por dois motivos básicos: O primeiro é que como os dois produtos se anulam, a mistura perde o efeito muito rápido, eu acredito que depois de cerca de uma hora ela não serve mais para a utilização. Outro motivo é que fazendo aos poucos é possível ir testando e descobrindo a concentração ideal para cada local. O ideal é utilizar uma caneca plástica pequena com capacidade entre 250 a 300 ml.
4.9 - As vantagens da Mistura:
I – Segurança: A grande vantagem da utilização da mistura sem duvida alguma é o ganho na segurança para todos componentes da motocicleta.
II – Praticidade: Quando se utiliza à mistura não há necessidade de fazer o serviço correndo e enxaguar rápido como acontece com produtos puros que podem secar e manchar a motocicleta. Por causa do óleo dos derivados de petróleo a mistura não seca, e quando é feito o enxágüe ela é completamente eliminada sem muito esforço.
III – Resultado: Um dos fatores mais interessantes desse processo é que o serviço apresenta um resultado "limpo", ou seja após aplicar e fazer o enxágüe, todo produto e resíduos de sujeira são totalmente eliminados, não sobrando os desagradáveis resíduos de óleo e graxa de quando se usa o querosene ou óleo diesel puro ocorre.
IV – Comodidade: O serviço de lavar a motocicleta pode ser feito em qualquer lugar da casa, mesmo em garagens com piso cerâmico branco ou claro, pois o local onde a motocicleta é lavada com a utilização da mistura também fica limpo sem resíduo de gordura ou graxa.
V – Ecologia: A natureza também agradece, pois logo após serem misturados os produtos começam a reagir entre si, e um vai destruindo o outro e depois de um certo tempo a mistura se torna neutra, e assim não ficamos com a consciência pesada de descartar querosene ou óleo diesel puro na natureza.
VI – Saúde: Quando comecei a lavar motocicletas e utilizava os produtos separados, periodicamente minhas mãos ressecavam e “descascavam”, a partir da utilização da mistura isso nunca mais aconteceu.

5 – Realizando a Lavagem

5.1 - Orientação Inicial:Com a finalidade de complementar e ilustrar os pontos acima, neste capitulo vou tratar especificamente de uma das etapas da lavagem da motocicleta, ou seja, a etapa que compreende especificamente da utilização dos produtos citados acima. As demais orientações sobre a lavagem completa da motocicleta compreendendo acabamento e tratamento dos materiais, serão tratado em outras matérias especificas.
5.2 - Materiais Necessários:Mangueira, pinceis de tamanhos e formatos variados, escovas de dente usadas, escovas variadas, caneca pequena, balde, esponja de espuma, panos secos e limpos, banquinho de 25 a 35 cmts de altura.
5.3 - Molhando a Motocicleta:Pegue uma mangueira que tenha aqueles bicos que fazem o jato ficar na função de regar jardim e molhe toda a motocicleta, procurando eliminar o maior volume possível de sujeira, em especial os acúmulos de pó e terra.
5.4 - Áreas com muita terra e barro:Faça uma mistura de produtos com concentração especifica para locais com terra e barro, pegue a vasilha os pinceis as escovas, e sentado no banquinho vá pincelando e esfregando todos os locais da motocicleta que tiverem acumulo terra e barro. Deixe de fora os kits pintados (para lamas, tanque e laterais). O objetivo dessa etapa é alcançar os locais cheios de detalhes e acessos mais difíceis. A mistura não é um solvente mágico que atua sozinho por simples contato, é necessário somar a ela uma ação mecânica, ou seja utilizar com vontade os pincéis e escovas. Vá mudando gradativamente sua posição de forma a alterar o ângulo de visão e o acesso às peças para poder obter assim o melhor resultado possível.5.5 - Áreas com muita graxa e óleo:Faça uma mistura de produtos com concentração especifica para locais com graxa e óleo, pegue a vasilha os pinceis as escovas e sentado no banquinho vá pincelando e esfregando todos os locais da motocicleta que tiverem acumulo de graxa e óleo. O local mais trabalhoso nessa etapa é o conjunto de transmissão secundário, ou seja pinhão coroa e corrente. Novamente deixe de fora os kits pintados (para lamas, tanque e laterais). O objetivo dessa etapa é alcançar todos os locais cheios de detalhes e de acessos mais difíceis. A mistura não é um solvente mágico que atua sozinho por simples contato, é necessário somar a ela uma ação mecânica, ou seja utilizar com vontade os pincéis e escovas. Vá mudando gradativamente sua posição de forma a alterar o ângulo de visão e o acesso às peças para poder obter assim o melhor resultado possível.
5.6 - Primeiro Enxágüe:Novamente com a mangueira que tem aqueles bicos que fazem o jato ficar na função de regar jardim, enxágüe toda a motocicleta, procurando eliminar totalmente os resíduos de sujeira e dos produtos utilizados. Aproveite e molhe novamente a motocicleta toda, em especial o kit de peças pintadas como tanque, pára-lamas e laterais.
5.7 - A lavagem geral com Xampu:Encha com água, um balde pequeno bem limpo e acrescente o xampu automotivo na quantidade recomendada pelo fabricante. Com uma esponja de espuma macia e limpa inicie a lavagem pela seguinte ordem: tanque de gasolina, tampas laterais e para lamas, a seguir passe a esponja em todos os demais locais da motocicleta, iniciando pelas partes mais altas e por ultimo as partes mais baixas. Nesta etapa deve-se lavar novamente toda a motocicleta, mesmo aqueles locais que já foi aplicado o pincel ou escova, lembrando que na etapa do pincel foi tirado a sujeira grossa, agora com a esponja será melhorado o nível de acabamento.
5.8 - Ultimo Enxágüe:Novamente com a mangueira que tem aqueles bicos que fazem o jato ficar na função de regar jardim, enxágüe toda a motocicleta, procurando eliminar completamente todo os resíduos de sujeira e de produtos utilizados.
5.9 - Secando a Motocicleta:O ideal para realizar essa atividade é contar com um compressor pequeno que gere uma pressão não muito elevada. Mas, como estamos falando de lavagem artesanal esse item também é opcional. Para enxugar bem a motocicleta devem-se utilizar panos secos, limpos, que absorvam bem a água e não soltem resíduos de tecido. Um pincel seco também ajuda a remover a água de locais mais difíceis que o pano não tem acesso. Quando a motocicleta esta molhada não conseguimos visualizar perfeitamente todos detalhes de sujeira, somente quando ela começa a secar é que as falhas da lavagem começam a aparecer. O importante nesta etapa é não deixar a motocicleta secar sozinha. Essa etapa deve ser vista como um complemento da lavagem e uma preparação para o acabamento, ou seja procure remover todos os pequenos detalhes que passaram despercebidos na etapa da lavagem. Esta etapa é muito importante é nela que vamos realizar o ajuste fino da lavagem, portanto não tenha pressa em concluí-la. Após ter concluído completamente essa etapa a motocicleta pode ser deixada um pouco no sol antes de iniciar à parte de acabamento.

6 – Considerações Finais

6.1 - Questões Técnicas: sempre que relato este assunto, surgem diversos questionamentos, muitos querem saber como funciona tecnicamente a reação química da mistura. Apesar de não ser um grande conhecedor de química, estarei sempre à disposição de todos para tentar esclarecer qualquer duvida remanescente.
6.2 - Lavagem de Outros Itens: a mistura fica segura para lavar qualquer coisa. Tenho amigos que experimentaram a mistura na lavagem de motor de automóveis, ficaram muito satisfeitos com o resultado porque notaram que a mistura conserva as peças, que não ficam enferrujadas como quando a lavagem é feita no lava rápido com o uso do famoso e temido solupan. Existem, por exemplo, certas pinturas que se diluem ao contato com o querosene puro, já com a mistura elas resistem mais.
6.3 - Conclusão:Pode se dizer com bastante propriedade que é possível utilizar as misturas com muito mais segurança do que quando se utiliza qualquer um dos produtos separados.
6.4 - Experimente a mistura:Antes de qualquer comentário, é necessário experimentar a mistura, só depois disso será possível entender na pratica como realmente ela funciona, e assim perceber por si mesmo quais são suas vantagens.
Autor; Tomás André dos Santos - tasmotos

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Quatro Alemães e Muita Aventura

Esta experiência que vou registrar aqui me tocou por três motivos. O primeiro porque coincidiu com a minha vontade de fazer a mesma coisa. O segundo segundo porque me mostrou que nosso apego a coisas materiais e ao que já conquistamos na vida nos impede de cruzarmos a fronteira e encararmos novas e excitantes experiências. O terceiro porque me fez perceber que Robert Musil tinha uma visão bem verdadeira da vida ao escrever seu livro O Homem Sem Qualidades. No livro ele mostra um personagem que deseja tirar férias da vida. Eu estou me sentindo assim mesmo, e os alemães que vou descrever nesta postagem também se sentiram assim. Por isso Robert Musil foi feliz ao perceber que "...as coisas, e as tendências das coisas, nos comandam. Nós pensamos que inventamos uma moda, ou que somos os únicos a ter aquele desejo. Mas logo descobrimos um exército de outras pessoas desejando a mesma coisa…" Musil resume bem essa nossa condição de vida com uma única pergunta: “Quem ousaria pretender hoje que sua cólera seja realmente sua, quando tanta gente lhe vem falar dela e a compartilha até numa medida maior que a dele?”

Então vamos ao que interessa.

Conheci, por meio de uma amigo chamado Alex, quatro alemães que estão fazendo uma excursão pela América Latina montados em uma BMW R 80 G/S e BMW R80 GS (para saber do que essa moto é capaz clique no link e assista ao vídeo). Uma 1987 e outra 1999, todas duas em ótimo estado de conservação. Estes modelos são precursores da família GS da BMW, que tem como principal referência a GS Adventure. A GS 1987 tem motor boxer de 797,5 cc (55hp) e a 1999 tem motor de 850 cc (as motos atuais possuem motor de 1.200 cc). Eles trocaram os tanques de combustível por outros maiores, de 45 l, o que dá uma autonomia média de 720 km. Eu nunca tinha visto motos com tanque desta capacidade.

Interessante é que mesmo as mais antigas já incorporavam tecnologias que até hoje são difíceis de encontrar em motos novas, como aquecedor de punho.

Os pilotos, marido e mulher, estão acompanhados das duas filhas do casal, uma moça de 15 anos e uma menina de 10 anos. Ike, o marido, é mecânico de motocicletas e isso ajudou na restauração das motos quando foram adquiridas, pois estavam com problemas. Ele mesmo construiu o bagageiro traseiro de uma das motos, em aço. E também preparou a instalação de dois GPS´s. Uma outra coisa interessante é que viajam com intercomunicadores nos capacetes, que são carregados por meio de conectadores ligados à bateria da moto, evitando o problema de ficar sem energia.

Eles começaram a viagem na Venezuela, vindos da Alemanha de avião. Chegaram finalmente a Manaus e de lá seguiram até nossa cidade, Belém, de barco. Em Belém eles ficaram hospedados na casa do Alex, que faz parte de uma comunidade de apoio a motociclistas viajantes, a Brazil Riders.
Seu objetivo é cruzar o Brasil pelo litoral, entrar no Uruguay e seguir até o Ushuaya. Depois visitar vários países vizinhos. Esta viagem durará 1 ano.

Para mostrar as belezes de nossa região para os viajantes, no sábado leveio-os até a Ilha de Mosqueiro. Passamos pelas praias e eles ficaram admirados com o tamanho do rio, parecendo mar. Paramos para tomar um delicioso sorvete de frutas regionais, e as crianças ficaram encantadas com o papagaio de estimação de minha tia Marlett, a Maroca. À noite fomos passear na vila e tomar, é claro, o tradicional "café da vila". Eles provaram tapioca com manteiga e cuzcuz.

No domingo acordamos às 5h45 e voltamos para Belém para nos unimos ao motogrupo Expedicionários da Amazônia, que realiza ações sociais em comunidades carentes. Estas comunidades, em locais de difícil acesso, são bastante necessitadas, e o motogrupo leva cestas básicas, faz atendimento médico básico e orientação jurídica. Também realiza palestras sobre família, educação e outros temas relevantes.

Para chegar à comunidade entramos em uma estrada viscinal na Alça Viária. Foram cerca de 10 km mata adentro, em estrada com muito buraco e alguns trechos de lama. Pura diversão! A comunidade vive da exploração de carvão e farinha. Seguindo pela trilha que leva à comunidade chegamos à beira do rio, e do outro lado é Bujarú.

Não pude ficar até o final do dia, pois tinha compromisso à tarde em Belém. Porém, os amigos motociclistas disseram que o restante da tarde eles passaram tomando delicioso banho no balneário de Bica, às margues da Alça Viária. Eles não estão acostumados com esse calor amazônia e a água fresca do balneário é irresistível.

De Belém eles seguiram pelo litoral, passando por São Luís e outra capitais, até cruzar a fronteira com o Uruguay. Daqui até Porto Alegre são cerca de 7.000 km, então ainda tem muita estrada Brasil adentro.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Festival de Motos Clássicas de Tiradentes





Nunca tinha partipado de um encontro deste tipo, e valeu a pena. O Encontro ocorrido em Tiradentes reuniu cerca de 5.000 motociclistas. Era moto e gente de todo tipo. Como tirei muitas fotos, resolvi abrir um post somente para as fotos, pois acho que vale a pena. Os triciclos foram destaque, em virtude dos tipos mais exóticos que apareceram. É, realmente tem louco de todo tipo. O encontro aconteceu entre os dias 24 e 28/06 na cidade de Tiradentes (MG).