Mas, antes, fiz questão de fazer contato com os membros do Falcões de Aço, moto grupo organizador do evento. Sabia que o moto grupo é bastante familiar e preparei o terreno para que a Lorena não se sentisse sozinha. E funcionou melhor do que eu esperava. Ela rapidamente fez amizade com as filhas e filhos dos integrantes do moto grupo. O que me deixou aliviado, afinal era uma viagem para os dois. Ela se entrosou muito bem principalmente com a Zyhanne, filha do Genivaldo (apelido "general"), integrante do Falcões de Aço. Elas ficaram muito amigas e não se separavam nunca.
Araguaína fica cerca de 840 km distante de Belém, no estado do Tocantins. Possui 130.000 habitantes. O clima é quente, sendo que nos meses de dezembro a junho é o período mais chuvoso. Araguaína não tem mar, mas tem um rio que banha a cidade, o rio Tocantins. E também tem um lago muito bonito chamado Lago Azul. Aliás, não sei por que este nome, porque o lago não é azul.
Saí de Belém às 5h37, de Honda Shadow 750. Nossa previsão era chegar à Araguaína até 17h, mas não foi possível, em função de problemas com combutível adulterado (conto melhor sobre isso depois).
Saí de Belém às 5h37, de Honda Shadow 750. Nossa previsão era chegar à Araguaína até 17h, mas não foi possível, em função de problemas com combutível adulterado (conto melhor sobre isso depois).
Para que a viagem não se tornasse cansativa, fiz paradas em média a cada 150 km, aproveitando para abastecer a moto e esticar as pernas. Almoçamos em Dom Eliseu, no restaurante Roda Viva (S 4.31328º, O 47.55264º). O proprietário do restaurante que fica no posto, de nome Carlos, conversou puxou conversa comigo e fez questão de mostrar seu cavalo, muito bonito por sinal e orgulho do proprietário. Disse-me ele que chegaram a oferecer R$ 70 mil no cavalo e ele não quis vender. Acredito, pois este tipo de animal tem um preço alto mesmo.
O calor excessivo me tirou qualquer vontade de parar para bater fotos da estrada na viagem de ida. A única vez que tentei, na entrada de Açailândia, bastou parar a moto para ver que um segundo sequer debaixo daquele sol escaldante seria terrível.
Para sair de Belém a única estrada é a BR-316. Depois de Castanhal, lá pelo km 100, dobramos na BR-010 (Belém-Brasília) à direita no trevo após o posto da Polícia Rodoviária. Seguindo pela BR-010 são mais 480 km até Imperatriz. Esse trecho é de enormes retas, ao olhar o mapa do roteiro dá para perceber isso. A estrada está em boas condições e dá para correr se você tiver a coragem necessária para isso. No meu caso, minha velocidade não ultrapassava os 120 km/h, a bem da segurança.
O Ranieri, do Falcões de Aço, sugeriu que eu pegasse a balsa em Imperatriz e evitar passar por um trecho de muitos buracos depois de Darcilândia. Assim eu fiz. Ao chegar em Imperatriz, peguei uma balsa e segui novamente viagem pela rodovia estadual TO-409, até Axixá do Tocantins. A travessia por balsa é muito rápida e paguei R$4,00 pela moto. A TO-409 está ótima, sem muito tráfego, com grandes retas. Mas infelizmente, como não sabia que existiam dois caminhos possíveis, peguei a BR-230, ao invés da rodovia TO-134, que passa por Ananás. Desta forma, acabei passando pelos 23 km de buracos do mesmo modo e ainda perdi tempo.
O Ranieri, do Falcões de Aço, sugeriu que eu pegasse a balsa em Imperatriz e evitar passar por um trecho de muitos buracos depois de Darcilândia. Assim eu fiz. Ao chegar em Imperatriz, peguei uma balsa e segui novamente viagem pela rodovia estadual TO-409, até Axixá do Tocantins. A travessia por balsa é muito rápida e paguei R$4,00 pela moto. A TO-409 está ótima, sem muito tráfego, com grandes retas. Mas infelizmente, como não sabia que existiam dois caminhos possíveis, peguei a BR-230, ao invés da rodovia TO-134, que passa por Ananás. Desta forma, acabei passando pelos 23 km de buracos do mesmo modo e ainda perdi tempo.
Finalmente Araguaína
O evento foi muito bom, mas o calor era infernal, por volta de 39 graus. Com o calor e o tempo seco a vontade é de beber água o tempo todo. Acho que nunca tomei tanta água em tão pouco tempo na minha vida. A todo momento sentia sede. Bebi até cerveja, eu que não sou de beber. Acho que com aquele calor valia tudo que fosse líquido (rs).
Fiquei feliz em conhecer os membros do Falcões de Aço. É um grupo bastante coeso e familiar. Os familiares dos membros vestiam camisas do moto grupo, inclusive as crianças. Achei isso muito legal e uma demonstração de preocupação com a família. Eles me receberam muito bem, foram muito gentis e se colocavam à disposição da gente o tempo todo.
No dia seguintes fomos conhecer a oficina mecânica de motos do Elder, que é presidente do Falcões de Aço. Almoçamos no Grill Tropical, churrascaria ao final da Rua Cônego Lima, no centro da cidade, e quase em frente à oficina do Elder. A comida é boa, e o preço não é salgado. Elder é um mecânico de mão cheia, e um mostrou-se um bom líder do grupo, consciente de seu papel.
Participaram do evento motociclistas de 5 estados diferentes, entre eles os Carcarentos de Imperatriz (MA), os Lentos do Asfalto de Castanhal (PA) e também motociclistas de Parauapebas (PA).
O evento contou com a cobertura da rádio e televisão local. Fomos entrevistados por ambos os veículos de comunicação, com reportagem para todo o estado do Tocantins. Uma boa divulgação.
Araguaína me surpreendeu pelo tamanho. É uma cidade grande, estruturada. A pavimentação das ruas é um ponto fraco, mas o comércio local parece próspero e a localização da cidade permite aos motociclistas grande mobilidade para realizar passeios, encontros e chegar aos grandes centros sem muita dificuldade.
Araguaína era a quarta maior cidade do Estado de Goiás, de 1980 a 1986, perdendo somente para Luziânia, Anápolis e Goiânia. Com a criação do estado de Tocanitns em 1989, Araguaína tornou-se a maior cidade do Estado e pretensa capital do Estado que estava nascendo, não foi escolhida devido a fatores geográficos, sociais e políticos, mas ganhou o carinhoso título de Capital Econômica do Estado, sendo atualmente a principal força econômica do Estado.
Fatalidade
Ao falar com o Guilherme por telefone, dias depois do acidente, ele me relatou que ao que tudo indica o Glauco não largou a moto na hora da queda. É provável que a lesão que causou a hemorragia pode ter sido causada pela moto. É muito comum, nos acidentes com motos, ela se tornar mais perigosa que a queda no asfalto, porque quando o motociclista não se desvencilha dela, é atropelado pelo próprio veículo.
O clima ficou horrível e atrapalhou o resto do evento. Eu fui direto para o hospital para ver como estava o Guilherme e depois para o hotel assistir ao jogo da seleção brasileira.
No início do século XX Carolina foi a cidade mais próspera do Sul do Maranhão. Nesta cidade foi construída a primeira hidrelétrica da Amazônia, na década de 40. Com a fabricação de sabonite e óleo comestível (foi a primeira em todo Nordeste) o movimento de pessoas e produtos se tornou até mesmo maior que São Luís, capital do Estado.
Carolina fica na região da Chapada das Mesas. A vegetação predominante na região é o cerrado. O nome veio por causa de seus platôs, parecidos com "mesas". Isso deve-se aos paredões de rocha de arenito formados há milhões de anos.
Com a construção da rodovia Belém-Brasília (BR-010) fez com que o fluxo de produtos e pessoas passasse por Estreito e Imperatriz, não mais Carolina, reduzindo em muito a economia local. Atualmente Carolina é uma cidade pequena, pacata, que vive da ambudância de suas águas que atraem os cerca de 40 mil turistas o ano inteiro.
As Cachoeiras do Rio Farinha, que se localizam a 100 km só são visitadas por aqueles que têm carros com tração 4 x 4, para agüentar as antigas estradas de tropeiros que levam às quedas.
O cânion vai afunilando a cada metro e, de repente, entra-se em um grande salão cônico de onde despenca a Cachoeira Pedra Caída. Neste lugar, a cachoeira torna-se concentrada, de grande força. Quando se olha para cima a impressão é que estamos em uma caverna com uma piscina no fundo. Visão fantástica.
No dia seguinte saímos de Carolina às 6h09. Pegamos a BR-010. Paramos para almoçar novamente em Dom Eliseu e chegamos a Belém às 22h. Foram 810 km na volta e mais de 16 horas de viagem. Sem atropelos, nem pressa.
Ao final, o saldo foi extremamente positivo. Aproveitei a viagem para estar um tempo sozinho com minha filha, para fazermos coisas juntos. Uma viagem de moto requer companheirismo, a gente tem que compartilhar até mesmo o perigo das piores horas. É necessário ainda dividir tarefas, idéias. Fazemos amigos pelo caminho e isso tudo se faz junto.
Com certeza foi uma viagem que marcou a nossa vida, com uma lembrança que ficará marcada em nosso relacionamento. Quem sabe um dia, quando eu não estiver mais aqui, minha filha falará desse momento para meus netos, uma aventura que viveu com seu pai.
GPS
Durante toda a viagem utilizei o GPS. Porém, ele serviu muito mais como referência. Para minha decepção, os mapas do Pará não estão corretamente ajustados à localização real de estradas e cidades.Por exemplo: você está no centro da cidade e no GPS parece que você está a 5 km do centro. Desta forma, a maior parte do tempo no GPS aparecia que eu estava fora da estrada. O mais curioso era que em alguns trechos simplesmente o GPS não conectava o satélite, principalmente na estrada para Axixá. Ao contrário do que se pensa, um GPS não pega "em qualquer lugar". Existem lugares que são verdadeiras "sombras" para o GPS. Isso não só ocorreu aqui no Pará, mas também no estado de Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Utilizei muito o GPS para cadastrar a localização exata (com coordenadas) de Pontos de Interesses, como postos de gasolina, hotéis, restaurantes.
O único lugar que o GSP realmente ajudou foi em Araguaína. Por incrível que pareça naquela cidade ele me quebrou o maior galho, evitando que eu tivesse que ficar perguntando para as pessoas os endereços. Talvez por Araguaína ser uma cidade planejada, o GPS estava com o mapa atualizado.
GPS
Durante toda a viagem utilizei o GPS. Porém, ele serviu muito mais como referência. Para minha decepção, os mapas do Pará não estão corretamente ajustados à localização real de estradas e cidades.Por exemplo: você está no centro da cidade e no GPS parece que você está a 5 km do centro. Desta forma, a maior parte do tempo no GPS aparecia que eu estava fora da estrada. O mais curioso era que em alguns trechos simplesmente o GPS não conectava o satélite, principalmente na estrada para Axixá. Ao contrário do que se pensa, um GPS não pega "em qualquer lugar". Existem lugares que são verdadeiras "sombras" para o GPS. Isso não só ocorreu aqui no Pará, mas também no estado de Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Utilizei muito o GPS para cadastrar a localização exata (com coordenadas) de Pontos de Interesses, como postos de gasolina, hotéis, restaurantes.
O único lugar que o GSP realmente ajudou foi em Araguaína. Por incrível que pareça naquela cidade ele me quebrou o maior galho, evitando que eu tivesse que ficar perguntando para as pessoas os endereços. Talvez por Araguaína ser uma cidade planejada, o GPS estava com o mapa atualizado.
Números:
Km rodados: 2.110
Média de consumo: 21,13 km/l
Melhor consumo: 26,5 km/l
Pior consumo: 17,88 km/l

A velocidade média para garantir o melhor consumo situa-se na faixa de 80-100 km/h.
Observamos, segundo dados da ANP, que a maior quantidade de postos no Pará autuados por adulteração de combustível são "bandeira branca". Curiosamente, dentre os postos com bandeira de distribuidoras, a maioria são postos BR. Talvez por isso esta distribuidora tenha criado o projeto "De Olho no Combustível". Para saber quais postos no Pará foram autuados por vender gasolina adulterada clique no link http://www.anp.gov.br/doc/fiscalizacao/fiscaliza_pa.pdf
3 comentários:
MUITO Legal seu Blog PARABENS
Obrigado Thiago. Acesse sempre.
Blza, motochileiro fico muito feliz toda vez que conheço pessoas que viajam e blogam suas experiencias tb tenho um blog de viagens e tb viajo
quando posso, tenho um grupo de amigos que conheci da internet e essas amizades virtuais se concretizaram e hoje nos consideramos um motogrupo e planejamos viagens e passeios usando o fórum da lander, mas temos outros tipos de motos e estilos no grupo.parabéns pelo blog e continue compartilhando suas vivencias conosco, vou seguir teu blog, vlw e bons ventos a todos nós. claudemir silva (vet_rider)
blog: http://vetrider.blogspot.com
fórum:
http://www.xtzlander.com.br/forum/viewtopic.php?f=32&t=8192&start=0
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